13/05/2019 18h05 - Atualizado em 15/05/2019 15h32

Pesquisadores buscam melhorar qualidade do cacau, abacaxi e mamão produzidos no ES

Foto: Divulgação/Fapes
Visita técnica realizada durante o 2º Seminário Parcial de Avaliação e Acompanhamento de Projetos do edital PPE-Agro voltado a pesquisas sobre fruticultura.

Edital da Fapes apoia 12 estudos de fruticultura envolvendo tecnologias inovadoras e manejo de pragas.

Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) está financiando 12 pesquisas sobre fruticultura em solo capixaba. Os resultados parciais foram apresentados na última semana em Linhares. Os projetos aprovados na chamada pública lançada em 2015 abordam o desenvolvimento de tecnologias inovadoras na produção de cacau, o melhoramento da qualidade do abacaxi e o combate a doenças que atacam o mamão.

As apresentações aconteceram nos últimos dias 6 e 7 durante seminário no auditório da Fazenda Experimental do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Os estudos recebem apoio do edital de Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais - Pesquisa Agropecuária no Estado do Espírito Santo (PPE-Agro), lançado em conjunto pela Fapes e a Seag.

O coordenador da rede temática sobre cacau, Carlos Alberto Spaggiari Souza, afirmou que resultados positivos foram apresentados durante o seminário de acompanhamento. Ele é pesquisador da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em Linhares, e desenvolve um estudo para avaliar que materiais usados em enxertos das mudas do fruto são mais tolerantes a doenças que atacam essa cultura.

“Convivemos com o problema da vassoura-de-bruxa e a necessidade de utilizar materiais que tenham resistência à praga”, afirmou. Como esses materiais não são bons para a germinação de sementes, é preciso usar uma muda acoplada a outra. “Na verdade, o enxerto conta com duas mudas, sendo uma parte da raiz e a parte aérea”, explicou.

As apresentações do dia 7 de maio foram voltadas às pesquisas sobre cultivo do mamão. Os seis projetos da rede que trata dessa fruta foram bem avaliados pela banca de especialistas convidados por estarem interligados, um complementando o outro. “Trabalhamos dentro das áreas de fitossanidade e de melhoramento genético, que possuem muita afinidade”, explicou o coordenador da rede Fruticultura (Mamão), Renan Batista Queiroz. Ele, que é pesquisador do Incaper de Linhares, desenvolve o estudo para identificar insetos que transmitem o vírus da meleira, doença que ataca o mamoeiro e inviabiliza o cultivo.

“Fizemos levantamentos durante dois anos com várias espécies de insetos para identificar aquelas que têm populações maiores na lavoura de mamão. Agora, para podermos definir um melhor manejo, vamos verificar quais insetos transmitem esse vírus”, declarou Queiroz. O prejuízo financeiro é destacado por ele, que alertou para a necessidade de cortar a planta toda, caso esteja contaminada com a meleira, levando à consequente perda do investimento no negócio.

Pesquisas aplicadas à agricultura

O Edital 06/2015 disponibilizou R$ 10,7 milhões para 90 projetos de oito instituições de ensino e pesquisa, entre elas Ufes, Ifes, Incaper, UVV e UCL. As pesquisas visam ao aumento da produtividade em agricultura, pecuária, aquicultura e pesca.

A chamada selecionou projetos de cafeicultura; aquicultura; silvicultura e sistemas integrados de produção; água, solo e agricultura de baixo carbono; pipericultura; produção animal; fruticultura; agroecologia e agricultura orgânica; culturas alimentares e floricultura.

Fruticultura

Dentro da fruticultura, o edital do PPE-Agro financia 12 pesquisas divididas em três redes. Confira:

1) Rede Cacau -  Tecnologias e inovação como bases do desenvolvimento dos sistemas de produção sustentável da cacauicultura no estado do Espírito Santo:

- "Avaliação e seleção de genótipos de cacaueiro para estudo da interação enxerto x porta enxerto e tolerância às doenças visando a revitalização da cacauicultura do Espírito Santo", de Carlos Alberto Spaggiari Souza (Ceplac/Linhares);
- "Cultivo de cacau a pleno sol no Norte do Estado do Espírito Santo: características fitotécnicas e fitopatológicas de diferentes genótipos de cacaueiro em sistema alternativo de cultivo", de Enilton Nascimento de Santana (Incaper/Linhares);
- "Caracterização fisiológica de genótipos de cacaueiro visando ampliar a base genética para resistência à seca no Estado do Espírito Santo", de Marco Antonio Galeas Aguilar (Ceplac/Linhares);

2) Rede Abacaxi - Tecnologias inovadoras para a produção de abacaxi com qualidade

- "Controle do florescimento do abacaxizeiro visando à redução da sazonalidade da oferta de frutas", de Sara Dousseau Arantes (Incaper/Linhares)
- "Desenvolvimento de tecnologia para controle de plantas daninhas com herbicidas em lavouras de abacaxi formadas com mudas oriundas de micropropagação", de Luiz Carlos Santos Caetano (Incaper/Cachoeiro)
- "Novas tecnologias para propagação in vitro e limpeza clonal de abacaxizeiro a serem incorporadas ao processo de produção", de Mírian Piassi (Incaper/Domingos Martins);

3) Rede Mamão

- “Identificação e manejo de insetos vetores do vírus da meleira do mamoeiro”, de Renan Batista Queiroz (Incaper/Linhares);
- “Desenvolvimento e avaliação do efeito de novos triazóis a partir do eugenol como método alternativo de controle fitossanitário”, de Adilson Vidal Costa (Ufes/Alegre);
- “Metodologia para a detecção da meleira do mamoeiro e desenvolvimento biotecnológico de um mamoeiro com expressão gênica modificada resistente à doença”, de Patrícia Machado Bueno Fernandes (Ufes/Vitória);
- “Avaliação do segundo ciclo de seleção recorrente do mamoeiro ‘RUBI INCAPER 511’ para melhor qualidade de frutos”, de Fabíola Lacerda de Souza Barros (Incaper/Linhares );
- “Controle biológico aplicado do ácaro rajado do mamoeiro Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) pelo ácaro predador Neoseiulus idaeus (Acari: Phytoseiidae)”, de Cesar José Fanton (Incaper/Linhares);
- “Controle químico das doenças fúngicas do mamoeiro na pré-colheita com reflexos na pós-colheita e avaliação in vitro da resistência do Colletotrichum gloeosporioides aos fungicidas utilizados em campo”, de Karin Tesch Kuhlcamp (Incaper/Linhares).

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