As apresentações fizeram parte do seminário de acompanhamento das pesquisas apoiadas pelos editais do Pronem e do Pronex lançados em 2017.
Vinte núcleos presentes no Espírito Santo desenvolvem, desde 2018, projetos em diversas áreas do conhecimento, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As equipes apresentaram o andamento das pesquisas, durante evento transmitido pela internet entre a última quarta-feira (14) e sexta-feira (16).
O II Seminário de Avaliação e Acompanhamento Parcial foi realizado no âmbito das chamadas públicas, lançadas em 2017, referentes ao Programa de Apoio a Núcleos Emergentes (Pronem) e ao Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex). Fizeram parte da programação estudos que abordam desde materiais nanoestruturados e Internet das Coisas até tuberculose e contaminação por metais tóxicos, passando pelo desempenho de alunos na educação pública. São projetos nas áreas das ciências Exatas, Agrárias, Sociais Aplicadas, da Vida e da Saúde, além das Engenharias.
“Até a próxima semana, estamos acompanhando os resultados do investimento de mais de R$ 11 milhões em núcleos de pesquisas capixabas, realizados pela Fapes e pelo CNPq. A Diretoria da Fundação faz questão de conhecer o andamento das pesquisas para, inclusive, ter informações que serviriam à elaboração de editais no futuro e para saber quais inovações estão sendo desenvolvidas no Espírito Santo”, declarou o diretor de Inovação da Fapes, Elton Siqueira Moura.
Já a diretora técnico-científica, Denise Rocco de Sena, considera que todo seminário envolvendo núcleos de pesquisa “é uma oportunidade de grande aprendizado”. “É sempre muito gratificante observar a altíssima qualidade dos projetos apresentados no evento e perceber que todos têm potencial de prioridade muito grande para o desenvolvimento e a inovação no Espírito Santo”, acrescentou.
Confira a programação e veja os vídeos das apresentações na página da Fapes no Facebook.
Apresentações
Os recursos repassados aos núcleos fortalecem a pesquisa realizada no Estado. É o que destacou o professor e pesquisador Edson Passamani Caetano, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Ele coordena um projeto sobre propriedades magnéticas e supercondutoras de novos materiais nanoestruturados.
“Agradecemos à Fapes, pelo empenho de sempre no trabalho para auxiliar a realização dos projetos. Com os recursos do edital, adquirimos equipamentos para o núcleo e também ampliamos nossa interação no exterior, com professores de universidades de vários países e outros estados”, afirmou Caetano.
Ele também destaca o uso dos recursos para manter em funcionamento um equipamento de R$ 1 milhão, adquirido em 2006, por meio da Fapes e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Sem a chamada pública do Pronex, não teríamos conseguido realizar a pesquisa porque a manutenção do equipamento é fundamental”, observa o docente.
O envolvimento na investigação de grandes questões científicas também foi contemplado pelos editais. Também da Ufes, o pesquisador e professor Júlio César Fabris coordena a pesquisa sobre astronomia, cosmologia e gravitação, que observa os movimentos de galáxias para estudar os grandes mistérios da matéria escura, que só pode ser detectada pela interação gravitacional.
“Com os recursos, pudemos investir no desenvolvimento de material computacional para análise dos dados das observações, além de realizar cooperações científicas nacionais e internacionais”, informou Fabris.
Diversos eventos de difusão científica e popularização da ciência foram organizados pelo núcleo, como o Verão Quântico e o Inverno Astrofísico. Também foram publicados 14 artigos científicos, a maioria deles em revistas avaliadas como Qualis A pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (Capes).
“O Pronex mudou a vida do laboratório”, foi a afirmação do professor e pesquisador Marcelo Segatto, da Ufes, depois de listar algumas realizações do Núcleo de Excelência em Tecnologias para Internet das Coisas (IoT-A). A atividade do grupo chamou a atenção de empresas capixabas, que firmaram parcerias para o desenvolvimento de tecnologia.
Além de acompanhar a implantação do 5G no mundo, a partir de 2020, outro destaque do núcleo é o monitoramento dos painéis solares instalados no Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID). Segundo Segatto, será possível gerar metade da energia consumida pelos sete laboratórios instalados quando o local estiver em plena atividade.
“Combinando IoT com ciência de dados, monitoramos os painéis solares e geramos uma quantidade de informação que nos permite acompanhar a situação de cada ponto da instalação. Sabemos, então, onde está afetado pelo acúmulo de poeira ou pelo excesso de sombra, por exemplo”, explicou o pesquisador.
O acompanhamento da saúde de mulheres em comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo é o objetivo da pesquisa, coordenada pela professora Angelica Espinosa Barbosa Miranda, do campus de São Mateus da Ufes. Devido à importância do trabalho, ela pretende desenvolver um projeto de extensão para garantir a continuidade das atividades e a ampliação à população masculina.
O projeto investiga as infecções sexualmente transmissíveis e as alterações no colo do útero em mulheres residentes em comunidades quilombolas, localizadas nos municípios de Conceição da Barra e São Mateus. A apresentação no seminário foi realizada por Jerusa Araújo Dias.
A pesquisa avaliou dados socioeconômicos e demográficos, comportamentais e clínicos, considerando também as condições mais precárias de atenção à saúde vividas pela comunidade. “A análise estatística foi realizada com amostras de 352 mulheres e, com 95% de confiança, identificamos o total de 3,28% de alterações no colo do útero”, informou Jerusa Dias.
Apoio a núcleos de pesquisa
O Programa de Apoio a Núcleos Emergentes é voltado ao apoio de projetos coordenados, exclusivamente, por pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa ou desenvolvimento tecnológico nível 2 do CNPq.
Pelo Edital 05/2017, estão sendo aportados mais de R$ 2 milhões até o fim da execução dos 14 projetos, que pode durar até 40 meses no total, após prorrogação devido à pandemia do novo Coronavírus.
Já o Programa de Apoio a Núcleos de Excelência foi criado para fomentar pesquisas de grupos considerados de alta competência que tenham liderança e papel nucleador no setor de atuação. Por meio de editais lançados, a Fapes dá apoio a pesquisadores com significativa liderança dentro da área de pesquisa, inserção nacional e internacional e excelência continuada na produção científica e na formação de recursos humanos.
Também com prazo de execução prorrogado para 40 meses, os projetos apoiados pelo Pronex são coordenados por pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa ou desenvolvimento tecnológico nível 1 do CNPq. No total, estão sendo transferidos R$ 2,2 milhões a cinco núcleos enquadrados como de excelência pelo Edital 06/2017.
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