O trabalho contou com apoio da Fapes, por meio do Programa PIC Jr, que oferta bolsas de iniciação científica júnior a alunos da rede pública capixaba.
Já imaginou aprender sobre desigualdades sociais, segregação urbana, poluição do ar e da água e problemas de trânsito, habitação e saneamento em uma história em quadrinhos (HQ)? Foi isso que um grupo de estudantes do curso técnico em Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), campus Vila Velha, fez. Coordenados pela professora de Engenharia Química do Ifes, Cristiane Zdradek, os estudantes criaram a HQ para demonstrar os impactos da urbanização não planejada no baixo curso do Rio Jucu, em Vila Velha.
O trabalho recebeu investimento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), por meio do Programa de Iniciação Científica Júnior do Espírito Santo – Pesquisador do Futuro (PIC Jr). A coordenadora explicou como surgiu a ideia da criação da HQ. “Nosso estudo teve como foco analisar os impactos gerados pela falta de planejamento no processo de urbanização no entorno do Rio Jucu. A partir disso, criamos a HQ, mas sem identificar o rio. A história em quadrinhos é fictícia e aborda, de maneira geral, os problemas que a urbanização não planejada causa. A análise que vimos serviu de inspiração”, disse Cristiane Zdradek.
A professora ainda contou que os alunos adaptaram a história, criaram personagens e transformaram toda parte técnica que adquiriram durante o ano de estudo na história em quadrinhos. “Agora, estamos no aguardo do ISBN para que a HQ seja publicada pela revista do Ifes”, afirmou.
Como foi o desenvolvimento do projeto?
O projeto “Impactos da urbanização ao longo dos sistemas fluviais do baixo curso do Rio Jucu: Uma história em quadrinhos” estudou como a urbanização irregular afeta de forma negativa os rios, com foco no Rio Jucu, onde foi aplicado um Protocolo de Avaliação Rápida. A pesquisa teve três etapas, sendo a primeira a análise visual: os alunos foram a campo para identificarem os problemas e os possíveis impactos na qualidade do rio. A segunda foi a análise físico-química e microbiológica para comprovar a qualidade do rio. E a última etapa foi a de transformar tudo o que os estudantes aprenderam e viram em uma história lúdica, a HQ.
O grupo do projeto foi composto por seis estudantes que receberam bolsas de iniciação científica junior (IC Jr) no valor de R$ 400 mensal, uma tutora que é a professora dos alunos e a coordenadora que é pesquisadora. Ambas também receberam bolsa da Fapes.
Anne Elyse Spadeto é estudante do curso técnico integrado em Biotecnologia e fez parte do projeto. Para ela, que já tinha o desejo de seguir o caminho da carreira acadêmica e se tornar cientista, o projeto foi enriquecedor e reforçou a certeza sobre o futuro profissional. “A gente conheceu várias áreas, tanto a físico-química quanto a química e a biologia. As coletas foram muito legais e aprender a fazer a história em quadrinhos também. Usamos tanto a parte científica quanto a criatividade e a parte artística. Eu gostei bastante”, frisou a aluna.
O projeto foi contemplado no Edital 12/2023 – PIC Jr da Fapes e recebeu, além das bolsas, investimento de mais de R$ 47 mil para ser realizado. Para a coordenadora Cristiane Zdradek, o apoio da Fapes foi essencial para o desenvolvimento de cada etapa do projeto. “Sem ele, não poderia ter contratado os bolsistas de IC Jr e eles foram essenciais para o desenvolvimento do projeto. O edital também possibilitou que a gente fizesse compras para o estudo, como, por exemplo, os frascos que usamos nas coletas, as garrafas térmicas, caixas térmicas para preservar as amostras, entre outros. Isso facilitou demais. O atendimento da Fapes durante toda execução do projeto também ajudou bastante”, disse a docente.
O que é PIC Jr?
O Programa de Iniciação Cientifica Júnior do Espírito Santo – Pesquisador do Futuro (PIC Jr.) cumpre a missão de inserir os alunos da Rede Pública de Ensino Básico no campo da pesquisa científica, tecnológica e de inovação, por meio de bolsas de IC Jr., conectando pesquisadores a escolas públicas para que estudos sejam desenvolvidos pelos estudantes.
"É um programa que tem o papel fundamental para estimular a participação de estudantes da Educação Básica em projetos de ciência e tecnologia, oportunizando uma experiência de aprendizado baseada em projetos, o que pode fazer a diferença no seu ingresso no Ensino Superior e na sua atuação profissional. Outro aspecto de destaque é o fato de os projetos estarem compartilhando a experiência científica de professores de instituições de Ensino Superior com professores e alunos da nossa rede pública de Educação Básica, favorecendo o ensino, o aprendizado e despertando o interesse pela carreira científica e tecnológica", pontuou o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão.
Texto de Rafaela Aguiar e Samantha Nepomuceno
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