Vespas, abelhas e formigas enriquecem a fauna do Estado colocando o Espírito Santo na rota de pesquisadores internacionais, é o que mostra o Projeto N.E.S.H – Núcleo de Excelência em Sistemática de Hymenoptera: Ampliando fronteiras agrícolas e ambientais do Espirito Santo. O objetivo principal é conhecer os insetos do Estado com foco em uma família especializada nas pequenas vespas usadas em controle biológico, pois seu modo de vida parasitoide destrói ovos de pragas agrícolas. A pesquisa tem apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) através do Edital Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex).
O projeto, realizado no Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (DBCIO-UFES), conta com 22 instituições parceiras de todo o mundo. Além do Brasil, participam também Austrália, Canadá, Estados Unidos, Itália e Venezuela, e com um leque enorme de pesquisadores necessários para a identificação e classificação das vespas Hymenopteras. É essencial a participação de especialistas de cada grupo, já que existem cerca de 90 famílias a serem classificadas. O quadro do projeto é composto por 80 pesquisadores, assim alcançando outra meta que é atrair especialistas para fazer coletas de insetos no ES, melhorando a amostragem de material biológico no Estado. Mais de 40 alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado participam da pesquisa.
Com o apoio dos recursos do Pronex a Coleção de Entomologia da Ufes passou de 50.000 para 133.000 espécimes tombados e catalogados. "Todo o material está classificado e catalogado em rede online, para que qualquer pessoa do mundo possa ter acesso à diversidade da fauna capixaba, tendo acesso aberto a todas as informações do projeto, tornando a maior coleção de Hymenoptera informatizada do Brasil. A intenção é gerar dados que possam ser facilmente utilizados por gestores públicos estaduais e que se enquadrem no plano de metas do Governo do Estado", relata o coordenador do projeto, Celso Oliveira Azevedo, da Ufes.
"Um grande exemplo de que o projeto está dando certo é que em apenas uma manhã um especialista que veio ao Estado para identificar os insetos coletados, identificou 30 gêneros diferentes de formigas, sendo que antes em toda a literatura e história do Estado só foram citados 25 gêneros de formigas para o Espírito Santo", destaca o coordenador.
Outro produto gerado pelo N.E.S.H. é um workshop internacional, que será realizado em julho, com grandes especialistas de todo o mundo, autores dos livros mais importantes da categoria, que visa a identificação de materiais coletados com foco nos gêneros de interesse, paralelo a um curso gratuito de um mês e meio, sobre as Hymenopteras, contemplando estudantes de vários programas de doutorado nacionais e internacionais que vêm para se especializar no Espírito Santo.
Classificar e organizar material já existente, coletado por outros projetos que estava sem classificação e inacessível para ciência, é outra linha da pesquisa, para assim especialistas de todo o mundo poderem estudar o material no curso.
Para Celso Oliveira Azevedo “A Fapes está dando uma oportunidade de alavancar a pesquisa no Espírito Santo, ela permite dar um olhar mais focado no Estado e mesmo em poucos anos ela foi capaz de fornecer recursos para uma comunidade local e realmente está fazendo a diferença. Permitindo fazer um estudo mais profundo da fauna e flora do ES e possibilitando até o avanço dos programas de mestrado e doutorado de biologia no Espírito Santo”.
Com tanto material gerado pela pesquisa, o objetivo ao final do projeto é amarrar todas as informações em um livro ilustrado sobre a diversidade da fauna de Hymenoptera no Espírito Santo.
Mais informações sobre a pesquisa Dr. Celso Oliveira Azevedo, e-mail: bethylidae@gmail.com, telefone: 3335-7497.
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