03/02/2015 09h22 - Atualizado em 10/08/2015 15h34

Fapes visa fixar doutores do Espírito Santo por meio do edital de DCR

Com o objetivo de fixar e atrair doutores para o Espírito Santo, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) apoia, por meio do Edital Fapes/CNPq - Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional- DCR, o projeto, “Biologia reprodutiva e sistemas sexuais de angiospermas em áreas de Mata Atlântica no norte do estado do Espírito Santo”, sob a coordenação da Professora Glória Matallana Tobón e o Professor Luis Fernando Tavares de Menezes.

Essa pesquisa tem o intuito de entender como se estruturam as comunidades vegetais nas florestas de tabuleiro. Esse tipo de formação vegetal é típico de Mata Atlântica em regiões onde a topografia apresenta grandes áreas planas inferiores a 200 metros de altitude. Esse estudo pretende desvendar qual é a expressão sexual e a forma de reprodução mais comum nas plantas com flores da região e como essas características estão relacionas a fatores ecológicos, como tipo de hábito, polinização e dispersão de sementes, entre outros.

A proponente do projeto, a doutora Glória Matallana Tobón, explica: “As plantas, diferentemente de nós, são bastante versáteis na forma de se reproduzir. Elas têm a possibilidade de se propagar vegetativamente (não sexualmente), ou se autofecundar, priorizar a polinização cruzada e até misturar várias dessas estratégias”.
A pesquisadora acompanhou junto com seu grupo, as tendências de outras florestas tropicais, a maioria das angiospermas das Matas de Tabuleiro (74%) possuem flores hermafroditas (flores bissexuadas), enquanto 14% são dioicas (espécies com indivíduos masculinos e femininos separados) e 12% monoicas (espécies com flores unissexuadas, masculinas e femininas no mesmo indivíduo). A principal conclusão do estudo foi o estabelecimento de quatro padrões: 1) as espécies hermafroditas são principalmente de hábito herbáceo, polinizadas por aves e morcegos e suas sementes dispersas por vetores como vento e água; 2) as espécies monoicas estão representadas por palmeiras e sua forma de dispersão é por vetores bióticos; 3) as espécies dioicas ficaram associadas ao hábito arbóreo com síndrome de polinização por vento, um fato interessante, pois o vento não é considerado um vetor muito eficiente nas florestas tropicais e 4) espécies arbóreo-arbustivas e lianas e trepadeiras com flores bissexuadas são polinizadas por insetos.

Sobre o apoio da Fapes, a doutora afirma: “O apoio da Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Espirito Santo – FAPES, não só permitiu o desenvolvimento do trabalho, mas também a implementação de novas linhas de pesquisa no Centro Universitário Norte do Espírito Santo UFES/CEUNES e a capacitação e formação de recursos humanos. Além disso, o apoio da FAPES foi de vital importância para a aquisição de equipamentos para darem suporte aos estudos em ecologia tropical”.

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