Um projeto apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) busca conhecer melhor a diversidade das florestas do Estado. O pesquisador responsável por este estudo, Luís Fernando Tavares, aponta que pouco ainda é conhecido quanto à flora do Espírito Santo, mas que os resultados dos estudos realizados são surpreendentes.
Quatro novas espécies foram descobertas, três delas apenas na família Myrtaceae, a família da goiaba. A pesquisa também proporcionou um aumento do conhecimento botânico e da diversidade da flora no Espírito Santo. Os recursos da Fapes foram investidos em materiais e em bolsas de iniciação científica.
“O apoio da Fapes nos possibilitou comprar equipamentos fundamentais para o desenvolvimento dos estudos e trazermos pesquisadores com frequência para visitar nossa coleção e identificar materiais botânicos. Também disponibilizou bolsas de estudos de iniciação cientifica para nossos estudantes, o apoio técnico para as atividades de conservação e manutenção da coleção”, destacou o professor Luís Fernando Tavares.
No estudo, a equipe buscou analisar a diversidade das florestas no Norte do Estado, observando padrões geográficos e buscando estabelecer bases para conservação. O estudo, segundo o pesquisador, foi estimulado pelo pouco conhecimento dessas áreas, e o resultado já obtido aponta a necessidade de realizar novos projetos para conhecer ainda mais as florestas estaduais.
“Grande parte das descobertas feitas são a respeito da floresta de tabuleiro, aquelas localizadas no Norte do Estado e que se distribuem sobre o relevo pouco sinuoso. As maiores áreas desse gênero estão resguardadas na região da Vale e da reserva de Sooretama. O conhecimento florístico dessas matas está restrito basicamente a essas localidades, mas existem outras áreas com essa vegetação.”
A equipe realizou diversas visitas às reservas de Córrego Grande, Córrego do Veado e a Flona Rio Preto, regiões que também apresentam floresta de tabuleiro e que ainda não haviam sido analisadas. Eles coletaram frutos e flores da região e também montaram um acervo para estudos. O material integra a coleção botânica do herbário da Universidade Federal do Espírito Santo. O professor Luís Fernando destaca que, através destas coletas, descobriram novas espécies.
“Muitas plantas foram enviadas para especialistas que estão em outras instituições de pesquisa no País e no mundo. Com isso, descobrimos espécies novas e também proporcionamos aumento da distribuição geográfica de tantas outras.”
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