12/05/2011 05h30 - Atualizado em 10/08/2015 15h24

Experimento do risco cardíaco por uso de anabolizante recebe apoio da Fapes

O uso de anabolizantes está cada vez mais difundido, principalmente entre os jovens que desejam ganhar massa muscular, obtidos na maioria das vezes de forma ilícita. O interesse pelo tema levou o professor Prof. Dr. Tadeu Uggere de Andrade a desenvolver e coordenar um estudo com o objetivo de caracterizar os efeitos tóxicos de anabolizantes sobre o sistema cardiovascular. Os trabalhos estão sendo realizado com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

O coordenador destaca que considera muito importante a caracterização dos eventos adversos relacionados com essas substâncias, principalmente porque, normalmente, são usadas em doses de abuso. “Há necessidade de estudos mais aprofundados sobre os mecanismos pelos quais os esteróides anabólicos androgênicos (EAA) afetam o sistema fisiológico avaliando os riscos da sua utilização”, explica.

Pretende-se estabelecer uma relação entre o abuso de anabolizante, alterações cardíacas e alteração da sensibilidade, o que em conjunto, poderá facilitar o entendimento dos eventos desencadeados pelos anabolizantes que podem levar a quadros isquêmicos cardíacos, como a morte súbita e também para o controle reflexo da pressão arterial.

Tadeu conta que os recursos disponibilizados pela Fapes foram fundamentais para a realização do projeto, pois permitiu a aquisição de materiais de laboratório bastante específicos de custo elevado, além de ter permitido a introdução de uma técnica no laboratório, o que permite avaliar o conteúdo cardíaco de algumas proteínas que indicam a presença de lesão celular. “Além disso, a introdução de novas técnicas laboratoriais e a execução de um projeto amplo como este, com o financiamento da FAPES, permite o fortalecimento e sedimentação do nosso grupo de pesquisa, o NUPCFARMA (Núcleo de Pesquisa em Ciências Farmacêuticas), da UVV. Parte dos resultados desse trabalho será utilizada, por exemplo, para uma das dissertações de mestrado do nosso Programa” afirma.

O experimento funciona da seguinte maneira: os animais (ratos) são submetidos a doses de abuso de decanoato de nandrolona (um EAA) sob sedentarismo e sob atividade física resistida por um período específico. Em seguida são realizadas avaliações de diversos aspectos do sistema cardiovascular dos animais, os quais são comparados com ratos que não receberam o anabolizante. Dessa forma, podem observar as diferenças existentes entre esses grupos e estimar os danos cardiovasculares dos EAA.

O professor espera poder caracterizar os danos cardiovasculares de anabolizante. “Já observamos o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, o aumento da pressão arterial, o prejuízo do seu controle reflexo e agora estamos no nível do estudo para a investigação dos mecanismos que levam a estas alterações. Como expressei acima, o apoio da FAPES é fundamental para o incremento na qualidade das investigações realizadas até o momento, ampliando a capacidade de investigação para o nível preteômico e expandindo o número de pesquisadores envolvidos”, conclui.

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