28/05/2014 14h22 - Atualizado em 10/08/2015 15h33

Estado Presente: Pesquisa sobre energias renováveis desperta o interesse de alunos da rede pública

Alunos do ensino médio de quatro escolas públicas da rede estadual, localizadas na Serra, puderam participar de um estudo sobre a potencialidade e viabilidade do uso de fontes renováveis de energia no Espírito Santo. O projeto foi realizado com estudantes de bairros que estão entre as áreas prioritárias do Programa Estado Presente .


O projeto científico, denominado “Desenvolvimento e construção de protótipos de fontes de energia renováveis”, é realizado na Universidade Federal do Espírito Santo, com apoio do Governo do Espírito Santo, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), junto com Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A intenção é que os alunos sejam motivados a desenvolverem suas aptidões científicas, tecnológicas e inovadoras.

A necessidade de estudos sobre esse tema vem crescendo com a constante expansão do polo industrial do Estado, como também o crescimento da população, aumentando assim o consumo da energia, e pelo fato de os combustíveis fósseis serem fontes não renováveis de energia e que estão sendo devastadas com a utilização.

O Projeto foi desenvolvido com os alunos das escolas estaduais “Belmiro Teixeira Pimenta”, “Antônio Engracio da Silva”, “Maria Olinda de Oliveira Menezes” e “Marinete de Souza Lira”, todas localizadas no município da Serra, que fazem parte do Programa Estado Presente do Governo do Espírito Santo, e teve como coordenador o pesquisador Breno Rodrigues Segatto, juntamente com José Ballester Julian Júnior, coordenador do Núcleo de Ciências (Ufes).

O pesquisador relata que a dedicação dos estudantes com o projeto foi imensa. “Eles foram extremamente independentes, mostrando grande profissionalismo. Isso mostra que basta bons projetos e incentivo para eles mostrarem o seu verdadeiro potencial”, afirma. Segatto ainda destaca que alunos que passaram pelo projeto foram aprovados nos vestibulares da Ufes e USP. Sobre o apoio da Fapes, o professor conclui: “A bolsa oferecida pela Fapes foi de suma importância para suprir as despesas dos alunos durante o desenvolvimento do projeto, e é válido também ressaltar que o incentivo financeiro para compra dos materiais de pesquisa foi fundamental para visualização e divulgação dos estudos teóricos e práticos”.

Proporcionando experiências e aprendizados novos, o projeto foi de grande importância para bolsistas de escolas públicas que através dele começaram a sonhar e acreditar em vagas na Ufes, como relata a bolsista Milena Lopes. “Este projeto foi extremamente importante para o meu crescimento em todas as áreas. Através dele pude conhecer vários lugares do Espírito Santo, diferentes culturas, além de ter obtido um imenso aperfeiçoamento estudantil. Depois das diversas experiências vivenciadas durante um ano, escolhi a carreira profissional que desejo seguir. Através do projeto o sonho da vaga na universidade federal ficou mais próximo e acessível, visto que a aproximação com o ambiente acadêmico durante todo o processo foi constante”.

“Participar do projeto foi de suma importância para minha vida escolar, profissional e pessoal, onde pude adquirir conhecimento em amplas áreas. Durante as exposições, o contato com públicos e culturas diferentes foi uma oportunidade única”, ressaltou o também bolsista Alvo Morandi.

O projeto contribuiu para que a estudante de Oceanografia e bolsista do projeto Franciellen Almeida começasse a ter outra visão do que trabalhar e desenvolver dentro do seu curso. “O projeto proporcionou muito aprendizado para todas as partes, coordenadores, professores, monitores e estudantes do ensino médio. Durante o desenvolvimento do projeto tivemos a oportunidade de conhecer diversas cidades do Estado e levar um pouco do conhecimento adquirido na Ufes. A participação nas feiras culturais e de ciência e tecnologia também foram experiências enriquecedoras. Além de apresentar nosso projeto, trocamos experiências com outros alunos, com a sociedade e com doutores de diversas áreas, enriquecendo ainda mais nosso conhecimento e desenvolvimento do projeto. Para minha vida acadêmica o projeto contribui de forma a mostrar outra visão do que eu poderia desenvolver e trabalhar dentro do meu curso, integrando as fontes renováveis com o a energia que o oceano nos proporciona".

Resultados Positivos

Como todo projeto que é realizado com o apoio da Fapes, esse também obteve resultados positivos, como as aulas práticas e teóricas de assuntos relacionados a energias renováveis, a utilização e criação de protótipos didáticos que exemplificaram as fontes renováveis de energia, o estudo do sistema de placa Solar – conceitos físicos e químicos, além de grande impacto na sociedade. “A grande riqueza desse projeto foi a possibilidade que ele trouxe aos alunos de viajarem pelo Estado, apresentando o projeto em várias escolas e conhecendo assim a diversidade cultural do nosso Estado”, afirmou Segatto.

Linguagem acessível

Para que o projeto fosse entendido por todo o público, inclusive por crianças, os bolsistas desenvolveram uma linguagem diferente ajudando assim a compreensão de conhecimentos físicos e químicos. É o que conta o professor Breno Segatto. “Criamos um método pedagógico que denominamos “Pedagogia da Jujuba”, isto é, para que um projeto obtenha sucesso teórico e prático ele precisa ser divertido e atraente”, explica.

A professora da rede estadual, Neuza Soares Carneiro, acompanhou o desenvolvimento do projeto juntamente com os coordenadores. “Os alunos sempre permaneceram com o foco voltado para o aprendizado e principalmente com a humildade de encontrar formas viáveis para que o conhecimento adquirido fosse repassado a todos que eles encontrassem pelo caminho que trilhavam, desenvolvendo uma pedagogia onde eles foram capazes de fazer na prática, diminuir um pouco mais a distância entre o mundo acadêmico e as várias pessoas em nossa sociedade que não teriam acesso a tal conhecimento, fazendo a assim a práxis da inclusão social”, declara.

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