Sustentabilidade. Este é o tema que norteou o debate na XXI Feira do Verde na manhã desta quinta-feira (18). A mesa redonda, coordenada pelo secretário de meio ambiente da Prefeitura de Vitória, Roberto Valentim, teve a participação do secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Lucio Spelta e do Assessor Especial da Companhia de Desenvolvimento de Vitória, Marco Godinho. Eles falaram sobre ciência, tecnologia e inovação (CT&I) para o desenvolvimento sustentável, sob a mediação do consultor empresarial e economista Fernando Guida.

O secretário Lucio Spelta fez uma apresentação do sistema Estadual de Ciência e Tecnologia, considerando a criação da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e Fundação de Amparo a Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), em 2004, e as principais metas e desafios, impostos no novo cenário econômico do Espírito Santo, para que o desenvolvimento capixaba seja percebido e executado com as preocupações com a sustentabilidade.

Segundo Lucio Spelta, o novo ciclo econômico do Estado, que abre oportunidades a partir de maior exploração de petróleo e gás, deve trazer para o setor de ciência e tecnologia o compromisso de ampliar recursos para investimentos em pesquisa. “Temos que ter o discernimento de que as nossas riquezas oriundas da exploração de petróleo devem financiar as pesquisas para aumentar a utilização de energias renováveis, como eólica e solar”, disse o secretário.

Ele ressaltou que já há este entendimento por parte dos gestores públicos. “A criação do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, através da Lei do Fundágua, que reserva verba dos royalties para pagamento ao produtor rural que preserva as nascentes de sua propriedade, é um grande exemplo de boa aplicação destes recursos em sustentabilidade”, afirmou Spelta.

Para o assessor especial da presidência da Companhia do Desenvolvimento de Vitória (CDV), Marco Godinho, Vitória continua sendo exemplo de inovação e vanguarda na instituição de políticas públicas para a ciência e tecnologia com sustentabilidade. Ele relatou o histórico de realizações e contribuições da CDV para os capixabas, desde a criação da CDV em 1986.

O Espírito Santo tem potencial, histórico de contribuição à política nacional de CT&I e capacidade de contribuir ainda mais, segundo o palestrante. Godinho finalizou sua participação citando a urbanista Raquel Holnick, que assim definiu a capital capixaba: “Vitória é assim mesmo, numa pequena ilha, uma cidade atrevida e permanentemente aberta para a inovação”.

A educadora ambiental Graça Lobino, presente entre os participantes, ressaltou a necessidade de alfabetização científica no ensino fundamental e a instituição do debate para a criação da universidade pública estadual. Em resposta, o secretário Lucio Spelta informou que já há na Sect, desde a realização da 1ª Conferência Estadual de CT&I, em abril deste ano, a proposta de debater e analisar os instrumentos necessários para a construção de uma universidade estadual. “Mas, enquanto isso, podemos considerar que o Programa NossaBolsa, gerenciado pela Sect, atende a necessidade de formação de nível superior dos estudantes da rede pública, principalmente nas áreas estratégicas para o desenvolvimento do Estado”, afirmou.

A XXI Feira do Verde continua até o dia 21 de novembro na Praça do Papa. Amanhã (19), às 15 horas, o diretor presidente da Fapes, Aureliano Nogueira da Costa, é o convidado do evento para falar sobre Programas de Incentivo à Ciência, Tecnologia e Pesquisa no Espírito Santo.

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