Em São Mateus, município do Norte do Espírito Santo, um grupo de alunos da Escola Estadual Santo Antônio, participou de um estudo que promoveu estratégias de educação em saúde para incentivar o uso racional de medicamentos. A pesquisa foi realizada após ser diagnosticado que parte da população armazenava remédios fora da validade e em locais não apropriados. O estudo faz parte do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC Jr) realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).
Intitulado “Análise do perfil de uso do armazenamento de medicamentos em domicílios de um bairro de São Mateus, Espirito Santo”, o estudo teve a participação de quatro alunos do ensino médio e fundamental da Escola, bolsistas de iniciação científica do PIC Jr.
Com o objetivo de avaliar o perfil da utilização de medicamentos armazenados em domicílios, “a pesquisa buscou revelar a realidade sobre o uso e armazenamento dos medicamentos, sob a ótica do Uso Racional de remédios”, explica a coordenadora da pesquisa Ana Carolina Melchiors.
O projeto foi executado durante 12 meses e nesse período foram escolhidas e entrevistadas 51 pessoas com domicílios no bairro Santo Antônio, em São Mateus. O bairro é composto de 257 domicílios, totalizando 428 medicamentos encontrados nas “farmácias domiciliares”.
Nessa amostra foi verificado que 59,3% dos medicamentos estavam em locais seguros e adequados e sem exposição a fonte de radiação ou próximo de alimentos. O maior problema encontrado foi o fato de que 14% dos remédios estavam com prazo de validade vencido.
Outro ponto que chamou atenção é que os maiores consumidores desses medicamentos são idosos e crianças. O estudo apontou também os principais problemas de saúde que fazem com que os moradores possuam remédios em casa: dores de cabeça; dores na coluna; hipertensão e desordens estomacais.
“Ao final do projeto foi trabalhado na escola conceitos sobre armazenamento e uso racional de medicamentos, por meio de atividades lúdicas e palestras. Nesta fase foi observada uma interação com a comunidade e o interesse em obter conhecimentos para melhorar as suas “farmácias domiciliares”, conta a pesquisadora.
A monitora Brígida Dias Fernandes, que participou do projeto, conta que após a realização da pesquisa, optou por fazer mestrado. “Bom, participar deste projeto. Foi muito importante para minha vida acadêmica e também para direcionar a minha escolha pós-universidade. Além da parte técnica, o convívio com outros jovens do projeto, com as agentes comunitárias de saúde e também com a população do bairro Santo Antônio foi uma experiência incrível”, contou.
A bolsista Fernanda Ahnert também relatou sua experiência após a execução do projeto. “Ao final da pesquisa em campo, foram tabulados os dados, gerando resultados que apresentamos juntamente com outras pesquisas de outros grupos no seminário realizado pela Fapes. A experiência foi tão marcante para minha vida, que eu me identifiquei muito com o curso de Farmácia e hoje sou uma estudante do 3º período de Farmácia no Ceunes/UFES”, disse.
Segundo a coordenadora do projeto, “a pesquisa realizada, por se tratar de um projeto de Iniciação Científica Júnior, trouxe não só importância enquanto pesquisa, mas enquanto formadora de estudantes no ensino médio com espírito mais crítico e reflexivo. Como resultado, hoje uma das bolsistas do projeto do ensino médio é aluna de graduação no curso que originou o projeto (Farmácia – CEUNES/UFES). A Fapes tem um importante papel nas escolas, pois é uma agência de fomento à pesquisa importante para o desenvolvimento do Espírito Santo”, enfatizou.
PIC Jr
O Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC Jr), tem como objetivo principal permitir que estudantes regulares, do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio, das escolas da rede pública do Espírito Santo participem de um projeto científico, e ajudem a executá-lo sob a orientação de um pesquisador. Espera-se, assim, despertar o interesse do estudante desenvolver suas aptidões para a Ciência, Tecnologia e Inovação.
O Programa é desenvolvido por meio de um convênio firmado entre a Fundação de Amparo a Pesquisa do Espirito Santo (Fapes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob a coordenação da pesquisadora do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), Ana Carolina Melchiors.
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