Inédito, o edital teve como finalidade a promoção da interiorização da extensão no Espírito Santo. Os projetos foram desenvolvidos em dez microrregiões capixabas.

Durante três dias, extensionistas contemplados no Edital nº 12/2022 – Universal de Extensão apresentaram seus projetos de pesquisa em um dos maiores seminários que a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) já realizou. O evento on-line aconteceu dos dias 27 a 29 de agosto e contou com trabalhos em áreas temáticas, como Cultura, Direitos Humanos, Educação, Meio Ambiente, Tecnologia e Produção, Saúde, Comunicação e Trabalho.

O edital 12/2022 tem o objetivo de promover a integração entre as ações de extensão e pesquisa, e recebeu a submissão de mais de 270 projetos. Desses, 102 foram selecionados para serem executados em 12 meses e apresentaram seus resultados em seminário.

Inédita, a chamada teve como finalidade a promoção da interiorização da extensão no Espírito Santo. Os projetos foram desenvolvidos em dez microrregiões capixabas: Metropolitana, Central Serrana, Sudoeste Serrana, Litoral Sul, Central Sul, Caparaó, Rio Doce, Centro-Oeste, Nordeste e Noroeste. O investimento foi da ordem de R$ 4 milhões, oriundos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Funcitec).

O diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, destacou que este foi um dos maiores seminários realizados pela Fapes em função do número de projetos de pesquisa aprovados, mais de 100. “A extensão é um pilar das instituições acadêmicas. Toda instituição acadêmica tem três pilares: ensino, pesquisa e extensão. E a extensão, em particular, é uma ponte que conecta o mundo acadêmico com o mundo real da sociedade. Tradicionalmente, é por meio da extensão que os nossos alunos entram em contato com demandas reais, que são fundamentais para a formação profissional”, pontuou.

Varejão acrescentou que a extensão leva o conhecimento consolidado até a academia, por meio das pesquisas, alcança os parceiros externos, numa relação que é benéfica para os dois lados, enriquecedora para os alunos, para os professores e oportuniza novas conexões para as instituições acadêmicas. “Além disso, fortalece o trabalho em rede e em colaboração, que é um ativo que temos no Espírito Santo e que devemos cultivar. Este edital é um sucesso! Por isso mesmo, nós estamos executando agora a segunda edição dele, o Universal de Extensão II”, complementou o diretor-geral da Fapes.

Conheça alguns projetos realizados por meio do edital:

Transferência de tecnologia na produção de mel de abelha sem ferrão

O professor e extensionista Rafael de Queiroz Ferreira, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), participou do Seminário e apresentou seu projeto, com o tema “Uso de técnicas químicas avançadas para caracterização da identidade de méis de abelhas sem ferrão do Espírito Santo”. Ele falou um pouco sobre a importância do apoio recebido por meio do edital da Fapes.

“Foi super importante participar deste edital, pois a partir dele nós conseguimos dar o start em uma nova linha de pesquisa envolvendo o mel de abelha sem ferrão e começamos a desenvolver diversas metodologias de caracterização dessa matriz, algo que, até então, não era feito no Brasil e no mundo. Contudo, o que apresentamos aqui é só a ponta do iceberg. Pretendemos aprimorar ainda mais essas metodologias químicas avançadas e aplicá-las na classificação de méis, o que agregará valor ao produto e transferirá tecnologia para os meliponicultores”, explicou Rafael de Queiroz Ferreira.

O extensionista também comentou sobre os próximos passos do seu projeto: “Futuramente pretendemos depositar novas patentes, como a que já depositamos via Ufes, envolvendo a descrição de uma metodologia eletroquímica para a determinação da capacidade antioxidante do mel de abelha com ferrão. Desse modo, posso concluir que esse edital foi fundamental para que nós pudéssemos dar início a essas ações. Eu já trabalho com mel há três anos, mas esse sonho só começou a se tornar realidade com o edital Universal de Extensão”, disse.

Desenvolvimento agrícola com manejo do ácaro-rajado na produção de morango

Na região serrana do Estado, produtores de morango foram o público-alvo do projeto “Capacitação técnica de produtores de morango na identificação, amostragem e tomada de decisão ao ataque de ácaro rajado (Tetranychus urticae)”. O estudo foi coordenado pelo professor doutor Victor Dias Pirovani, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) de Alegre. Pirovani apresentou a pesquisa durante o Seminário e comentou sua participação no edital.

“O Edital Universal de Extensão viabilizou a ação que provocou o despertar nos produtores de morango da região serrana do Espírito Santo de que é possível realizar o manejo do ácaro-rajado na cultura de forma ambientalmente correta e economicamente viável. A ação incentivou os produtores de morango, que viram no projeto uma possibilidade de capacitação técnica. O projeto, iniciado com o Edital de Extensão, teve continuidade com o Edital de Extensão Tecnológica, também da Fapes, e as ações continuam a ocorrer, promovendo o desenvolvimento agrícola e trazendo alternativas viáveis de produção na cultura do morango”, ressaltou Pirovani.

Ele completou “O apoio da Fapes é primordial, uma vez que o fomento é amplamente distribuído regionalmente, favorecendo uma ampla gama de produtores, agentes de desenvolvimento locais e profissionais nas mais diferentes áreas. Além disso, incentiva a relação de parcerias, o que fortalece ainda mais o desenvolvimento das ações no Espírito Santo e consequentemente, estimula a formação de novos pesquisadores”, acrescentou o professor do Ifes.

O que é o Edital Universal de Extensão?

O Edital Universal de Extensão seleciona projetos de extensão, em diferentes áreas de conhecimento, coordenados por profissionais vinculados a Instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no Espírito Santo. Sua meta é de apoiar financeiramente projetos de extensão, cujas ações contribuam para a redução das desigualdades ou vulnerabilidades sociais, promovendo o desenvolvimento socioambiental e/ou econômico nas diferentes microrregiões do Espírito Santo.

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