27/04/2021 10h30 - Atualizado em 28/04/2021 15h24

Projeto financiado pela Fapes, CNPq e Fundação Gates gera dados sobre gestantes e puérperas com Covid-19

Foto: Print do Portal Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19

De acordo com o projeto, o Espírito Santo já soma 60% do número de casos de mortes de gestantes e puérperas de 2020, em menos de quatro meses de 2021.

O Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), plataforma virtual contendo informações qualificadas para auxiliar os gestores do Estado e no País nas tomadas de decisões que envolvam a saúde materna, já é uma realidade. O Observatório é um estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação Bill & Melinda Gates.

De acordo com os últimos dados gerados pela plataforma, o Espírito Santo já soma 60% do número de casos de mortes de gestantes e puérperas de 2020, em menos de quatro meses de 2021. A informação foi gerada a partir de dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde no site: https://opendatasus.saude.gov.br/. O número de casos confirmados e finalizados (tiveram cura ou óbito) foi de 43 em 2020 e, desse total, dez foram a óbito. Em 2021, o número de casos confirmados, até a última atualização do painel (dia 21 de abril), é de 13, sendo que desse número, seis foram a óbito.

Somando os dados de 2020 e 2021, que totaliza 56 casos confirmados, 53,19% foram internadas nas UTIs capixabas e, desse total, 30,95% chegou a ser intubada para o tratamento da doença e 28,57% foram a óbito. E das 16 mulheres que morreram, 6,25% não foram internadas na UTI e 25% não foram intubadas. Os dados são de hospitais públicos e privados.

“Esses últimos dados são os que a gente mais tem destacado porque eles nos dão ideia sobre a assistência médica. Isso porque é esperado que, uma vez que morreram, tivessem recebido assistência, ido para a UTI, tivessem sido intubadas e recebido o tratamento adequado”, afirmou Agatha Sacramento Rodrigues, a coordenadora do OOBr Covid-19, professora e doutora do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

O secretário de Estado de Inovação e Desenvolvimento Econômico, Tyago Hoffmann, destacou a relevância de investimentos como o Observatório Obstétrico Brasileiro: “os dados mostram que o Espírito Santo, se comparado aos outros estados, está em um bom caminho. E, por meio dessa pesquisa, nós, gestores do Governo do Estado, poderemos pensar em ações mais efetivas de enfrentamento à pandemia para esse público específico, que são as gestantes e puérperas. Os dados gerados servirão de base para estudos futuros sobre os impactos da pandemia e permitirão novos estudos, projetos e mais atenção a essas mulheres”, enfatizou Hoffmann.

A diretora presidente da Fapes, Cristina Engel, comentou sobre a iniciativa do OOBr Covid-19 em auxiliar na geração dos novos conhecimentos, ao criar dados e informações sobre uma doença ainda considerada nova e tornar esses dados acessíveis para todos os públicos.

“É importante que essas informações sejam acessíveis não só para especialistas, mas também para o público leigo. A professora Agatha faz isso. Ela traz dados que ajudam a compreender uma série de fenômenos e auxiliam a produzir novos conhecimentos. Quanto mais se tem dados, mais se pode prever soluções. E para a formulação de políticas públicas no Estado, é fundamental termos esses dados e que eles sejam confiáveis e transparentes. Então, nós agradecemos a professora Agatha e a toda equipe envolvida no Observatório pelo trabalho na geração dados de uma doença nova e por nos dar subsídios para criarmos ações mais diretas de enfrentamento à pandemia da Covid-19”, pontuou Cristina Engel.

No Brasil

Um aumento de 186,2% no número de óbitos de mulheres gestantes e puérperas no Brasil foi constatado pelo Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19). De acordo com os dados divulgados no painel, no Brasil, a média de óbitos semanal em 2020 é 10.16 por semana (457 óbitos em 2020 por 45 semanas epidemiológicas). Em 2021, a média de óbitos por semana é 29.07 por semana (436 óbitos em 2021 por 15 semanas epidemiológicas).

O Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19

O OOBr Covid-19 é uma plataforma digital e interativa que permite que o usuário acesse os dados gerados, a partir das comparações feitas com as informações de 2020 e 2021, das mulheres gestantes e puérperas confirmadas com o vírus, a partir dos dados informados pelo Ministério da Saúde.

O projeto é realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Departamento de Estatística, pela Universidade de São Paulo (USP), por meio do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, e da Facens, faculdade de São Paulo com cursos nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Tecnologia.

Financiamento da Fapes, CNPq e Fundação Gates

Foi lançada, em agosto de 2020, a chamada internacional “Ciência de dados para melhorar a saúde materno-infantil, saúde da mulher e da criança no Brasil”, para financiar propostas inovadoras que utilizem análises de bancos de dados e técnicas de machine learning para entender os principais fatores que impactam a saúde materno-infantil, a saúde das mulheres e das crianças no Brasil.

O Observatório Obstétrico Brasileiro foi selecionado na chamada internacional e recebeu o total de R$ 686,7 mil, resultado da parceria entre a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), a Fundação Bill & Melinda Gates e o Governo Federal.

Desse valor, foram repassados R$ 137,5 mil pela Fapes, R$ 399,8 mil pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e R$ 149,4 mil vêm da Fundação Gates.

“O recurso da Fapes está nos auxiliando com as bolsas para os alunos que atuam no projeto, ainda mais agora que estamos em um momento tão difícil de investimento de verba pública para a universidade. Isso é algo muito importante! E também nos auxilia na parte de construção do nosso laboratório de estatística, que é o principal”, explicou a coordenadora do OOBr Covid-19, Agatha Sacramento Rodrigues.

 

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