PadTech, braço tecnológico do PAD, foi contemplado duas vezes no Edital Universal de Extensão e recebeu o total de R$ 128 mil.
Você sabia que existe um projeto de extensão da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) que atua na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele, além de realizar atendimentos periódicos gratuitos em cidades de norte a sul do Estado? Trata-se do Programa de Assistência Dermatológica e Cirúrgica (PAD), que começou a ser desenvolvido há quase 40 anos. E da necessidade de modernizar os procedimentos do PAD, surgiu o PadTech, uma parceria entre laboratórios, professores e alunos dos cursos de Computação e Medicina da Ufes, que otimizou todo o trabalho realizado pelo programa e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
O PadTech, projeto contemplado no edital Universal de Extensão da Fapes em 2022 e 2024, respectivamente, pode ser considerado um "braço de tecnologia" dentro do PAD. E segundo o coordenador atual, o professor André Pacheco, a parceria passou a funcionar de forma efetiva em 2018, mas somente em 2022, após receber o apoio financeiro, deu-se um salto no desenvolvimento.
"Nosso objetivo inicial era basicamente obter dados, mas depois de várias reuniões com o pessoal da Medicina, principalmente com a professora Patrícia Lira, que hoje é coordenadora do PAD, a gente identificou uma série de possíveis parcerias envolvendo tecnologia que seria muito útil para o projeto. Na época, por exemplo, tudo era feito no papel e a gente vislumbrava que no futuro a gente conseguisse mudar isso, deixar o projeto como ele é hoje, digital, mas levou um bom tempo", explica Pacheco.
"Em 2020, chego a sair da Ufes e teve um hiato, onde entraram outras pessoas para trabalhar dentro do PAD. É nesse momento que surge esse termo PadTech, inclusive, porque antigamente a gente não chamava por esse nome. Veio a pandemia na sequência e o projeto ficou parado durante o ano de 2021. Mas quando retorno para Ufes, em meados de 2022, a gente começa a produzir o que a gente tem hoje em termos de software, de desempenho, digamos assim. Do uso da tecnologia dentro do projeto em si, totalmente digitalizado. Nós conseguimos otimizar os processos do PAD", salienta.
Projeto desenvolve dois softwares
Nesse papel de modernizar e dinamizar os processos, o PadTech trabalhou em duas vertentes de desenvolvimento de softwares. Um deles é o Software de Análise Dermatológica (SADE), de gerenciamento dos atendimentos e coleta de dados, que contempla todo o trabalho feito dentro do PAD. O desenvolvimento da plataforma permitiu uma evolução enorme na agilidade dos atendimentos realizados pelo programa.
"Dentro do sistema, você faz cadastro de pacientes, agendamentos de consultas, gerencia impressões, entre outras coisas. O atendimento é totalmente digitalizado, nada é no papel mais. Gera tudo automático. Isso fez com que uma consulta que antes demorava até 50 minutos, porque tinha que escrever muita coisa, durar cerca de apenas 10 a 15 minutos. Permite atender muito mais gente no mesmo espaço de tempo e sem aumentar o número de pessoas envolvidas no projeto", detalha Pacheco.
O segundo software, que é chamado de "Dermalyze", é mais voltado para a pesquisa, na ajuda dos diagnósticos dos pacientes, como explica o coordenador. "É um software que faz a classificação de lesões de pele. Mas esse seguimos desenvolvendo, fazendo estudos, para melhorar a viabilidade", explica.
Mutirão de atendimentos gratuitos
Responsável por levar os atendimentos para o interior do Estado, o PAD conta com todo o apoio do PadTech, que revolucionou tecnologicamente os trabalhos realizados. De acordo com o professor André Pacheco, o serviço funciona como uma espécie de mutirão.
"Neste ano, a gente vai viajar para 11 municípios no interior do Estado, que vai desde a região norte, passando pelas Montanhas, até um pouco mais para o sul. Basicamente o processo é: o município começa a agendar pacientes por meio dos agentes de saúde, que fazem uma busca ativa desses pacientes no interior, e cadastram em agendas de pacientes no nosso sistema para as datas disponíveis. Os atendimentos acontecem sempre aos sábados e domingos. A gente sai de Vitória como uma excursão, basicamente. É um ônibus de alunos, dois carros da Ufes, uma van com médicos, equipamentos, tudo que precisa", detalha Pacheco.
"Então, o PAD monta o ambulatório no interior do Estado para atender aquela população local. Aí os pacientes que estão agendados passam por todo o processo de atendimento, que vai desde a consulta clínica, passando pelos acadêmicos, depois os acadêmicos levam até os dermatologistas. Os dermatologistas dão um diagnóstico clínico e um desfecho, que pode ser um processo mais simples, como uma crioterapia, ou se tiver algo mais grave, é encaminhado para uma cirurgia, por exemplo", conta.
Na Capital, os atendimentos são feitos no ambulatório de cirurgia do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), todas as terças e quintas. No entanto, a escala de pacientes atendidos é bem menor do que em um mutirão promovido pelo PAD.
"Normalmente, não existe PAD em Vitória. Excepcionalmente, este ano, aconteceu o primeiro PAD na Capital, no mês de julho. Foi um sucesso, teve muita demanda. Quebrou o recorde de cirurgias realizadas em um dia, por exemplo. Foi muito proveitoso, mas não sei precisar se isso vai continuar acontecendo", revela Pacheco.
Apoio da Fapes fundamental para evolução do projeto
Atual coordenador do PadTech, André Pacheco fez questão de exaltar o apoio fornecido pela Fapes por meio do edital Universal de Extensão. Ao todo, o projeto recebeu R$ 128 mil com a contemplação nas chamadas de 2022 e 2024.
"É super importante o apoio da Fapes. O que faz o projeto existir, de fato, são os fomentos que a gente consegue para fazer toda parte de custeio, pagar os alunos que trabalham no projeto com as bolsas... Certamente, o projeto não estaria no patamar que a gente tem hoje sem esse apoio financeiro", afirma Pacheco, que ainda fez questão de citar um “apoio indireto”.
"Indiretamente, o PadTech acontece dentro do Laboratório de Inteligência Artificial em Saúde da Ufes. Para montar esse laboratório, a gente também ganhou um edital da Fapes que era o de infraestrutura. Foi em 2023. É indireto, de certa forma, mas o PAD utiliza dessa estrutura, então considero que também foi muito importante", pontua o docente.
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