A tecnologia social lançada por pesquisadores da Ufes e Afecc conecta médicos de várias partes do mundo.

Uma plataforma denominada digiPATH vem contribuindo para acelerar o diagnóstico e o tratamento de pacientes com câncer. Lançada há um mês, a plataforma recebeu o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), por meio do Edital 12/2022 – Universal de Extensão. 

O equipamento digitaliza imagens das amostras de tecidos (biópsias) de lâminas de vidro usadas para análises e, ao disponibilizar as imagens, permite que médicos, em qualquer lugar do mundo, visualizem o material e auxiliem no diagnóstico. A inovação tecnológica é uma iniciativa do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGBiotec/Ufes), em parceria com a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc), do Hospital Santa Rita, localizado em Vitória.

A plataforma foi adquirida com recursos do projeto HEADSpAcE, que investiga os casos de câncer de cabeça e pescoço na América do Sul e na Europa. O início das atividades do digiPATH representa o primeiro acordo de Tecnologia Social firmado entre a Ufes e a Afecc – Hospital Santa Rita. A parceria disponibiliza um conjunto de ferramentas tecnológicas voltadas para a solução de problemas sociais do dia a dia, com baixo custo, fácil aplicabilidade e impacto social.

O serviço está aberto a todos os patologistas e instituições públicas de ensino e assistência interessadas. Desde o lançamento, em 20 de junho de 2023, cerca de 200 análises de casos complexos de câncer foram realizadas pela plataforma digital. 

Os variados tipos de câncer são desafios frequentes para pesquisadores e equipes médicas, principalmente na questão tempo, quando se consegue a cura de muitos tipos de câncer por causa do diagnosticado precoce. Esse avanço tecnológico acelera o processo de reconhecimento do câncer e outras doenças. Por enquanto, a plataforma vem sendo usada para diagnóstico de casos mais complexos da doença. 

A coordenadora do digiPATH, Sandra Ventorin von Zeidler, destacou o avanço no processo de diagnóstico com mais precisão.  “A tecnologia permite que diferentes profissionais da saúde e centros de pesquisa de qualquer parte do mundo se envolvam, avaliem e colaborem de forma rápida e remota, alcançando mais eficiência e produtividade nas análises. Utilizamos esse método em casos mais complexos que demandariam uma segunda opinião e, consequentemente, um tempo maior para a definição do diagnóstico”, explicou. 

O projeto intitulado “Plataforma de Patologia Digital – digiPATH” foi selecionado no Edital 12/2022 – Universal de Extensão com o valor de R$ 49.869,20. O diretor–presidente da Fapes, Denio Arantes, falou do impacto do projeto na ciência e na vida das pessoas. “Quando um projeto como o digiPATH passa a entregar um elevado nível de benefícios para a sociedade nos traz uma enorme satisfação. O Governo do Estado, por meio da Fapes, tem investido em projetos inovadores que visam melhorar a qualidade de vida das pessoas. A plataforma conectada com o mundo da medicina representa um avanço na ciência do Espírito Santo e reflete diretamente no tratamento dos pacientes com câncer”, disse Denio Arantes.

O Edital Universal de Extensão

Lançado em 2022, o Edital Universal de Extensão foi uma iniciativa inédita da Fapes para apoiar financeiramente projetos de extensão que contribuíssem para o desenvolvimento socioambiental e/ou econômico das diferentes microrregiões capixabas. Foram disponibilizados R$ 5 milhões, oriundos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Funcitec), para financiar os projetos contemplados.

Mais de 270 propostas foram submetidas na chamada pública e, dessas, 104 foram contratadas. O Edital tem como objetivo promover a formação de recursos humanos em projetos de extensão desenvolvidos em ambientes sociais e produtivos reais, valorizando a integração curricular com os cursos técnicos, de graduação e de pós-graduação das instituições de ensino localizadas no Espírito Santo.

Com informações da Assessoria do Hospital Santa Rita 

Texto: Jair Oliveira 

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