Treze projetos com pesquisas relacionadas à pimenta-do-reino foram avaliados em Seminário realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), na tarde desta terça-feira (20). Os projetos são todos financiados pela Fapes e pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), através do edital Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais Agropecuária no Estado do Espírito Santo – PPAGRO, lançado em 2015.
A série de seminários que está sendo realizada desde a semana anterior dentro da Fundação, tem o objetivo de realizar a avaliação parcial dos projetos financiados, com a presença de pesquisadores de diversas instituições e Estados do Brasil. Durante as apresentações, participam também os diretores da Fapes, além de representantes da Seag e Incaper.
Um dos projetos apresentados foi o “Diagnóstico de virose na pimenta-do-reino com base em métodos”, da pesquisadora Andreia Barcelos Passos Lima Gontijo, vinculada à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “O objetivo principal é adaptar a metodologia de rotina de laboratório que possibilite isolar e caracterizar, por meio de análises moleculares, os principais vírus que incidem sobre a cultura da pimenta-do-reino”, disse.
Para um dos avaliadores, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Oriel Lemos, é preciso que as redes se reúnam. “Ao longo das apresentações vi que estão em andamento projetos extremamente promissores. Seria interessante que as instituições envolvidas se reunissem no final da execução de cada pesquisa, para identificar e discutir quais foram os resultados passíveis de inserção imediata no sistema de produção”, destacou.
De acordo com o diretor presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon, um dos objetivos principais do edital é justamente o que foi citado pelo pesquisador. “Os representantes das instituições também estão acompanhando o seminário para que sejam pautados, e tudo seja colocado em ação. É importante destacar também que muitas das pesquisas podem virar produtos comerciais, ou seja, o pesquisador pode abrir uma empresa”, disse.
Pipericultura
Segundo o Incaper, a pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) é o condimento mais consumido do mundo. Conhecida internacionalmente como black pepper, ela possui uma infinidade de aplicações que vão desde a indústria alimentícia à farmacêutica, sendo muito popular na tradicional medicina indiana.
Seus compostos lhe conferem propriedades anti-inflamatórias, antidepressivas, antiespasmódicas, hepatoprotetivas, antitumorais, etc., além de ação inseticida, fungicida, larvicida, bactericida, antioxidante, entre muitas outras. Grande parte dos compostos ativos está presente no óleo essencial e no oleoresina, os quais constituem-se de produtos nobres e de elevado valor agregado, com demanda crescente no mercado.
A pipericultura no estado do Espírito Santo é uma atividade tipicamente familiar e de grande importância para a complementação da renda dos produtores. O processamento da pimenta-do-reino geralmente é realizado na propriedade, com base no conhecimento empírico e sujeito a erros que via de regra comprometem e muito a qualidade do produto final.
PPAGRO
O edital foi lançado em 2015, por meio da parceria entre Fapes e a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) a serem produzidos em rede nas instituições de Ensino Superior ou Pesquisa, públicas ou privadas, a fim de que os produtos sejam utilizados para a definição de políticas públicas.
No total, foram disponibilizados R$ 14 milhões, oriundos do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec), sendo R$ 10 milhões repassados pela Seag através do Termo de Cooperação, e R$ 4 milhões de contrapartida do Funcitec.
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