07/10/2024 14h40

Pesquisador troca Rio de Janeiro pelo Espírito Santo após desenvolver projeto com células tronco do café em programa da Fapes

Pesquisador realiza testes no Laboratório

Formulação desenvolvida na pesquisa demonstrou eficácia no tratamento de Melasma – afecção da pele caracterizado por manchas.

Que o café é uma das principais culturas do Espírito Santo muitos já sabem, mas já imaginou que o produto tão forte no Estado também pode ser bastante útil em outras áreas e com outras finalidades? Foi o que provou o Dr. Victor Paulo Mesquita Aragão, biólogo, que veio do Rio de Janeiro para terras capixabas e realizou um inédito projeto a partir de células-tronco do café visando a sua aplicabilidade na indústria de cosméticos e farmacêutica. A pesquisa científica foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) por meio de parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no Edital CNPq/Fapes nº 11/2019 do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR).

Segundo Aragão, que contou com a supervisão do Dr. Marcio Fronza, professor da Universidade de Vila Velha (UVV) e pesquisador do Instituto Capixaba de Ciência e Administração (ICCA), tudo surgiu da ideia de criar um produto totalmente inovador usando uma cultura forte no Espírito Santo, neste caso o café.

"A grande novidade foi usar a biotecnologia vegetal para criar um produto a partir de células-tronco de café, que fosse inédito no Espírito Santo e no mundo. Então, conseguimos desenvolver um produto de uma das riquezas capixabas. Clinicamente, a formulação que nós conseguimos desenvolver durante esse projeto demonstrou eficácia no tratamento do Melasma, que é uma afecção de pele caracterizada por manchas, principalmente na região do rosto", explicou.

A instituição executora do projeto foi o ICCA, em parceria com a UVV, gerando a oportunidade de fazer um depósito de patente no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), servindo, então, como base para o desenvolvimento de produtos cosméticos e farmacêuticos. O trabalho totalmente inédito teve 36 meses de estudos e um valor de cerca de R$ 26,5 mil. Aragão confirma que o projeto acabou mudando totalmente sua trajetória pessoal e profissional, fazendo com que ele fixasse residência no Espírito Santo.

"Foi uma virada de chave na minha vida. Hoje moro aqui em Vila Velha, ainda tenho parcerias com a UVV em orientações, por exemplo. Eu ainda oriento o doutorado, que começou com esse projeto. Então, atualmente, eu sou professor de pós-graduação na UVV, em nível de especialização, tenho três disciplinas ligadas à pós-graduação na universidade. Também sou supervisor de estágio e professor dos Centros Técnicos do Governo do Espírito Santo, que são ligados à Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti)", contou.

Aragão também fez questão de frisar a importância do Edital da Fapes para o desenvolvimento da pesquisa. “Foi uma imensa satisfação contar com esse apoio. A mudança de estado e, em certo ponto, de linha de pesquisa, me ajudou a crescer ainda mais dentro da biotecnologia vegetal como profissional. Minha participação no projeto como expert em fisiologia vegetal e cultura de tecidos vegetais foi de extrema importância para que não houvesse nenhum problema durante o desenvolvimento do estudo”, concluiu.

Para o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, este case de sucesso vai totalmente ao encontro de um dos grandes objetivos da abertura do Edital da Fapes no Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR). "Criar condições para atrair e fixar doutores no Espírito Santo é fundamental para o ganho de maturidade e relevância da nossa pesquisa e do desenvolvimento de produtos e processos inovadores de alto valor agregado. Por isso, ficamos muito satisfeitos em ver o nosso Estado como o destino de profissionais altamente qualificados que se unem aos capixabas nas ações locais de ciência, tecnologia e inovação. A experiência do Dr. Victor Aragão confirma isso, já que ele acabou se fixando no Estado em definitivo, dando prosseguimento a esse e a novos trabalhos de pesquisa", afirmou.

O que é o Edital PDCTR da Fapes com o CNPq?

O PDCTR é um programa nacional ao qual as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de todo o Brasil podem aderir para ofertar bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) para fixação de pesquisadores doutores. No Espírito Santo, por meio do Edital nº 11/2019, 23 pesquisadores do País que estavam fora do mercado de trabalho foram selecionados para receberem as bolsas DCR e desenvolverem pesquisas em território capixaba. Foram disponibilizados aproximadamente R$ 11 milhões para financiar o desenvolvimento dos 23 projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, além das bolsas.

 

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