09/06/2016 17h30

Pesquisa revela conhecimentos importantes para gerenciamento da costa capixaba

Nesta quinta-feira (09), até às 23h59, é o último dia do prazo para apresentação de propostas de pesquisas ao Edital FAPES/SEAMA nº 002/2016 - Políticas Públicas no Estado para Gerenciamento Costeiro, por meio do sistema de gestão da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), disponível em www.fapes.es.gov.br.

Coincidentemente, na manhã desta mesma data, o professor e pesquisador do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Alex Cardoso Bastos, apresentou os primeiros resultados da pesquisa “Mapeamento de Habitats Marinhos da Plataforma Continental do Espírito Santo”, durante Seminário de Avaliação Parcial de Pesquisas. A exposição foi feita no Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema).

A pesquisa de Alex Bastos e equipe, que reúne acadêmicos desde a iniciação científica ao pós-doutorado, integrou a primeira chamada (Edital nº 14/2013) do conjunto de ações de fomento da Fapes e Iema às pesquisas sobre gerenciamento costeiro no Espírito Santo. Os trabalhos da equipe de Alex Bastos versaram sobre o tema Fundo Marinho. Agora, o Edital nº 002/2016 disponibiliza recursos da ordem de R$ 550 mil, sendo R$ 450 mil para o tema Ictiofauna (peixes) e R$ 100 mil para o tema Mapeamento e caracterização da exploração dos estoques pesqueiros no Sul do Espírito Santo, fechando um ciclo que propiciará informações e conhecimentos às tomadas de decisões de órgãos públicos e privados sobre gestão da costa marinha capixaba, como: relatórios de impactos ambientais na implantação de empreendimentos na área de petróleo e gás; ações de recuperação de ambientes que sofrem impactos negativos da ação humana, como para o recente caso do Rio Doce; e para atividades pesqueiras.

Durante a pesquisa sobre o mapeamento de habitats marinhos, a equipe do professor e pesquisador da Ufes levantou dados geológicos e biológicos da plataforma costeira capixaba, do Sul ao Norte do Estado, inclusive da bacia do Rio Doce. Eles utilizaram equipamentos como sonar de varreduras, diversos tipos de embarcações, aparelhos de mergulho e filmagens, além de técnicas de geoprocessamento. Todos os dados e conhecimentos, agrupados e processados por tecnologias de informação e comunicação (TIC), geraram diversos mapas, relatórios e artigos científicos, publicados em revistas científicas indexadas mundialmente.

Por se tratar de edital que tem a finalidade de dar subsídios para definição de políticas públicas estaduais, na manhã desta quinta-feira (09), consultores especialistas da área a fim ao projeto avaliaram e aprovaram toda sua execução, até o momento. Membros do Comitê Gestor, composto por representantes do Iema e da Fapes, também participaram e avaliaram a conformidade das metas e metodologias propostas na pesquisa em relação ao que foi estabelecido pelo edital.

O coordenador de Ordenamento e Gestão Territorial do Iema, Pablo Merlo Prata, concorda que o trabalho irá ajudar na tomada de decisão dos órgãos públicos, pois as informações prestadas trazem contribuições a diversas áreas, da conservação marinha à pesca.  “No caso do Iema, os resultados servirão tanto para a Gerência de Recursos Naturais, por conta da relevância biológica e geodiversidade, como para o licenciamento ambiental. Teremos uma ferramenta para saber antecipadamente o que a área possui, sem precisarmos aguardar as informações que os empreendedores nos apresentam. Com toda essa diversidade de informações, poderemos ter mais subsídios para elaboração de um Termo de Referência e sermos mais precisos no licenciamento ambiental na concepção das suas condicionantes. A pesquisa também contribuirá para o setor de gerenciamento costeiro, que auxiliará na promoção do manejo deste espaço e seus diversos conflitos de interesses tal como: pesca, petróleo e gás, atividades portuárias, navegação, conservação entre outros", pontuou o oceanógrafo.

Além disso, segundo Pablo, o estudo contribuirá para avaliação dos impactos derivados do rompimento da barragem em Fundão (MG), ocorrido em novembro de 2015. “O trabalho no mar foi realizado anteriormente a crise do Rio Doce, deste modo, a pesquisa é de suma importância para o Grupo Técnico de Enfrentamento da Crise Ambiental no Rio Doce (GTECAD) pois passaremos a contar com um diagnóstico dos habitats marinhos, ou seja, as análises sedimentares, químicas e biológicas mostraram como era o ambiente era antes da chegada da lama de rejeitos, que poderemos comparar com a atual composição”, acrescentou.

Para o Diretor Técnico-científico e de Inovação da Fapes, Dr. Rodrigo Ribeiro Rodrigues, os trabalhos da equipe de Alex Bastos e os resultados parciais apresentados estão de acordo com os objetivos e metas propostas pelo edital de gerenciamento costeiro, e defende que “novas investigações científicas devem ser realizadas, inclusive com novos fomentos e parcerias”, finalizou.

A equipe de Alex Bastos tem até o final do ano para concluir todas as fases da pesquisa, e apresentar os resultados conclusivos dos estudos. A partir daí todas as informações, conhecimentos e tecnologias estarão à disposição dos órgãos gestores e da sociedade em geral.

 

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