O Espírito Santo tem se destacado por conta de grandes indústrias e produção e exportação de produtos como rochas ornamentais, semimanufaturados de ferro e aço, pasta química de madeira e óleos brutos de petróleo – que corresponderam a cerca de 78% das exportações do Estado de acordo com o Instituto Jones (IJSN). Isso, entretanto, mostram a dependência econômica da venda de commodities, concentrada na operação de algumas poucas empresas de grande porte.
Para diversificar a matriz econômica de um Estado, é importante a criação de iniciativas que estimulem novos negócios e fomentem a cultura do empreendedorismo. Neste sentido, uma das estratégias do Governo do Espírito Santo é a promoção do programa Sinapse da Inovação, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com a Fundação Certi.
O Sinapse da Inovação é um programa de incentivo ao empreendedorismo inovador que visa estimular a comunidade capixaba a gerar ideias e transformar seus projetos em negócios de sucesso. Criado em 2008, em Santa Catarina, pela Fundação Certi – em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação (Fapesc) – o programa foi responsável pela criação de 385 startups, pela geração de mais de 1,5 mil empregos diretos e de 151 patentes, contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva catarinense e para a diversificação da economia do estado.
No Espírito Santo, o programa abre as inscrições de ideias inovadoras de segunda-feira (29/05) a 12 de julho, por meio do portal www.sinapsedainovacao.com.br/es. O diretor-presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon, destacou que o Sinapse da Inovação Espírito Santo tem o objetivo de aproximar as universidades e empresas, e incentivar jovens inventores a partir de 16 anos. “O Sinapse vai contribuir para o fortalecimento do ecossistema inovador do Espírito Santo, pois preencherá a lacuna que existe entre as boas ideias e o mercado. Ao dar uma chance para aquelas pessoas que têm apenas uma ideia, mas não sabem por onde começar, cria-se uma verdadeira cultura do empreendedorismo e da inovação no Estado”.
Como funciona
Na primeira fase, os interessados apresentam suas ideias de negócio e a equipe de trabalho. O objetivo é verificar se a ideia é inovadora e traz benefícios para a região e se tem potencial de mercado. Passam para a segunda fase até 300 propostas, e os selecionados devem, então, elaborar um projeto de empreendimento, detalhando o plano de negócio executivo com o objetivo de demonstrar o potencial da ideia para gerar um bom negócio.
A terceira fase – para a qual passam até 150 das propostas ainda em jogo – consiste no desenvolvimento de um projeto de fomento, com apresentação detalhada do orçamento e do planejamento de execução do projeto. Ao longo de todas as etapas são oferecidas capacitações para auxiliar o empreendedor.
Ao final, até 40 projetos serão contemplados cada um com R$ 50 mil em subvenção econômica da Fapes, além de serviços técnicos do Sebrae. Ainda, durante seis meses, essas empresas passarão por um processo de pré-incubação com suporte e capacitação para transformar suas ideias em negócios de sucesso.
O Sinapse contribuirá para o estabelecimento da ponte entre academia e indústria no Espírito Santo, já que muitas das ideias vêm de pessoas ainda na universidade, tanto de cursos de graduação como de pós-graduação. Além disso, o Sinapse abre espaço para participação de todos os cidadãos do Estado, tanto para inscrever suas ideias como para interagir com os empreendedores e consolida uma forte rede de apoio ao empreendedorismo inovador.
Resultados do programa em outros estados
O Sinapse da Inovação é considerado o maior programa de empreendedorismo do país. Em cada edição regional, o programa recebe mais de mil ideias inovadoras, fomentando a cultura do empreendedorismo.
Desde o seu lançamento até a 5ª edição catarinense, em 2016, o Sinapse da Inovação apoiou a criação de 385 empresas em Santa Catarina, das quais 72% estão ativas no mercado com um faturamento estimado de mais de R$ 100 milhões no último ano. Além disso, o programa incentivou a formação de mais de 350 relações de parcerias entre startups, universidades, grandes empresas e toda a rede de incubadoras do estado.
Em 2015, o programa começou sua primeira operação fora do estado, lançando o Sinapse da Inovação Amazonas, em parceria com a Fapeam. No local, o programa recebeu a inscrição de 1.188 ideias inovadoras em sua edição piloto, das quais 28 foram contempladas com R$ 50 mil em subvenção.
Mais do que apenas um incentivo financeiro, o Sinapse da Inovação atua como uma terceira via para o empreendedor, uma oportunidade para aqueles que não querem seguir uma carreira pública ou de colaborador de uma empresa.
Alguns dos projetos impulsionados pelo Sinapse nos últimos anos acabaram se tornando grandes empresas a nível nacional. É o caso da Welle Laser, especializada na manufatura de máquinas e equipamentos para marcação e gravação a laser e micro usinagem, e da Chaordic, líder nacional no mercado de recomendações personalizadas para comércio eletrônico. Além disso, as startups vêm ganhando destaque internacional em outros programas de incentivo ao empreendedorismo, como a PackID, primeiro lugar na premiação Advanced Material Competition, em Berlim, e a Revella, primeiro lugar no Academia Industry Training Camp, do governo da Suíça.
Texto: Fundação Certi
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