24/11/2023 11h26 - Atualizado em 24/11/2023 12h10

Fapes realiza mostra científica de projetos desenvolvidos por alunos da rede pública de ensino

O evento aconteceu no Ifes de Vila Velha e apresentou o resultado de mais de 40 projetos contemplados no Edital PIC Jr. 2023.

Futuros pesquisadores em ação! Aconteceu na tarde dessa quarta-feira (22) a 1ª Mostra Científica do PIC Jr. 2023, com a apresentação dos resultados alcançados em projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação desenvolvidos por alunos da rede pública de ensino da Região Metropolitana da Grande Vitória. O evento foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) – Campus Vila Velha, durante a 7ª Jornada de Integração do Ifes.

Ao todo, 44 projetos foram expostos de diversas áreas: Ciências Humanas; Ciências da Saúde; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Exatas e da Terra; entre outras. Todos os projetos foram desenvolvidos por meio do apoio recebido da Fapes no Edital 22/2022 – Programa de Iniciação Científica Júnior do Espírito Santo – Pesquisador do Futuro (PIC Jr. 2023), lançado no final do ano de 2022. Os estudos foram realizados por pesquisadores vinculados a instituições de ensino e pesquisa, em parceria com escolas públicas capixabas da Educação Básica que estão localizadas, prioritariamente, em bairros atendidos pelo Programa Estado Presente em Defesa da Vida, do Governo do Estado. Clique aqui e acesse a programação com todos os projetos. 

Cada projeto continha até cinco estudantes de escolas públicas como membros, que receberam bolsa de iniciação científica júnior no valor de R$300 por mês, durante o período de dez meses para concluírem os estudos. Além dos alunos da Educação Básica, os projetos também contaram com um pesquisador que foi o coordenador do estudo e um professor da escola, que atuou como tutor na pesquisa. Ambos também receberam bolsa da Fapes, nos valores de R$ 1 mil e R$ 700, respectivamente.

“O PIC Jr. é um investimento no hoje com o olhar no amanhã! É um edital recorrente da Fapes e o abrimos todos os anos porque entendemos que é o nosso maior e melhor instrumento de sensibilização do jovem estudante, tanto para que ele deseje ingressar num curso superior quanto para que entenda e sonhe em ser um pesquisador. Com o programa, conseguimos mostrar para os jovens capixabas, especialmente os que residem em áreas de maior vulnerabilidade social, que existem caminhos que podem levá-los a uma vida de possibilidades”, explicou o diretor-presidente da Fapes, Denio Arantes.

Ele também comentou sobre a mostra científica: “é muito bom ver tantos jovens trabalhando de forma unida com a ciência e a tecnologia, e orgulhosos com seus resultados alcançados. Todos estão de parabéns pelo empenho em seus trabalhos e eu desejo a vocês um futuro de sucesso. Que todos usem o aprendizado e a experiência adquirida no PIC Jr. para seguirem um futuro de descobertas”, afirmou Arantes.

Conheça alguns projetos expostos na mostra científica:

Medicamento para combater infecções gástricas

Com pesquisas nas áreas de biologia e química, o projeto “Uso da bioinformática na procura de novos compostos anti-Helicobacter pylori (H-pylori) e como ferramenta de ensino” estudou sobre o desenvolvimento de um medicamento capaz de combater a infecção por H-pylori, bactéria responsável por infecções gástricas e principal causa do câncer de estômago.

O projeto proporcionou aos alunos do Ensino Médio do Centro Estadual de Ensino Fundamental e Médio em Tempo Integral (CEEFMTI) Dr. Agesandro da Costa Pereira, localizado no bairro Comdusa, em Vitória, experiências in silico (análise computacional) e in vitro (análise com organismos vivos), em laboratório de pesquisa.

O estudo foi coordenado pela pesquisadora Rita de Cássia Ribeiro Gonçalves, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), e contou com a participação da estudante Ana Carolina de Santos da Silva, de 17 anos, que está no 3º ano do Ensino Médio.

“Participar do projeto melhorou minha visão sobre o meu futuro. Me ajudou a saber se é essa área que eu quero seguir. Eu quero fazer psicologia, mas tenho um pezinho na química e também na biologia, e as experiências no laboratório me encantou muito. Foi uma experiência muito gostosa, porque eu também tenho uma amiga que tem H-pilori, e ela precisa se tratar. Já estou ajudando-a com o que eu aprendi na pesquisa, dando conselhos”, contou Ana Carolina de Santos da Silva.

Substituindo parte do carvão mineral por biocarvão

Com o objetivo de proporcionar menos agressões ao meio ambiente, o projeto “Avaliação do uso de biocarvões em aglomerados autorredutores de minério de ferro”, desenvolvido pelo Ifes em parceria com a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Catharina Chequer, localizada no bairro Novo México, em Vila Velha, substituindo parte do carvão mineral que é utilizado hoje no processo de aglomeração de minério de ferro em biocarvão, a partir de resíduos agrícolas, que é a base de biomassa.

O biocarvão, quando comparado ao carvão mineral, emite menos compostos de enxofre na atmosfera, além de contribuir com a menor emissão de gases do efeito estufa, pois o carbono que é liberado durante a combustão do biocarvão já foi removido previamente da atmosfera durante a fotossíntese da planta de origem da biomassa.

A coordenação do projeto foi realizada pelo pesquisador do Ifes Felipe Fardin Grillo e compôs a equipe o estudante da 2ª série do Ensino Médio Eduardo de Andrade Santana, de 17 anos. Para o aluno, a experiência no PIC Jr. foi transformadora. “Participar do projeto de pesquisa me deu uma nova ideia sobre como é fazer pesquisa, como é ir atrás e como estabelecer um conhecimento novo no qual a gente nunca viu. Foi interessante para agregar no meu aprendizado. Hoje, estou usando toda experiência que tive no projeto como base para estudar outras matérias”, disse Eduardo de Andrade Santana.

Popularização da ciência forense

O pesquisador do Ifes Wanderson Romão coordenou o projeto “Divulgação Científica e Tecnológica das Ciências Forenses”, em parceria com o próprio Instituto em que alunos do Ensino Médio participaram com bolsas de iniciação científica. A equipe produziu vídeos que serão postados no canal do projeto no YouTube, além de posts para redes sociais, com conteúdos sobre ciências forenses acessíveis para todos os públicos.

De acordo com a pesquisadora da Ufes que colaborou com o estudo Nayara Araujo dos Santos, cinco temas principais foram definidos para nortear as gravações dos vídeos: “para cada um dos temas, uma aluna de iniciação científica júnior elaborou o roteiro do vídeo, fez levantamentos científicos e bibliográficos e, a partir disso, produziu o vídeo. O material passou por um processo de validação com especialistas de cada área dos temas e agora vamos disponibilizar os vídeos em nosso canal no YouTube”, explicou.

Maria Eduarda Andrade Barra, de 17 anos, está na 3ª série do Ensino Médio e participou do projeto. Para a estudante, a experiência com o PIC Jr. foi gratificante. “Pensando que os alunos de outras escolas não costumam ter essa oportunidade de participar da iniciação científica, me sinto muito grata. O que mais gostei do projeto foi a temática porque abre um leque grande para a gente saber um pouco mais do nosso futuro. Isso porque tendo conhecimento dessas temáticas, a gente também tem um norte do que seguir como profissão”, contou a estudante.

Óleo essencial de hortelã para amenizar a ansiedade de estudantes

O projeto “Aplicação do óleo essencial de hortelã (mentha piperita) para promover o bem-estar de adolescentes de uma escola estadual da rede pública localizada no município da Serra/ES”, coordenado pela pesquisadora Dominik Lenz da Universidade de Vila Velha (UVV), estudou o uso do óleo essencial de hortelã, que os próprios alunos do projeto plantaram e produziram, como uma solução para problemas de ansiedade que os estudantes estavam enfrentando na escola em semana de prova.

Luisa Medeiros, de 18 anos, estudante do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Rômulo Castello, participou da pesquisa e conta que foi uma oportunidade importante. “O PIC Jr. serve como um auxílio para aqueles que ainda estão em dúvida em relação ao curso superior. E o projeto me ajudou porque me deu um incentivo para continuar estudando e, futuramente, fazer um curso superior na área da química”, comentou a aluna.

A tutoria do projeto foi conduzida pela professora Aline Nascimento, que destacou a importância do Edital PIC Jr. “É muito importante esse incentivo da Fapes em promover o fomento de pesquisa entre os jovens da rede pública, custeando todo o material que utilizamos no projeto, desde o plantio, até mesmo as idas aos laboratórios, na UVV”, disse Aline Nascimento.

Valorização da música capixaba

Promover a formação na música por meio da inclusão social, contribuindo para a educação musical das crianças, é o objetivo do projeto “CantarES: Educação para o futuro por meio da música e inclusão social”. Coordenado pela pesquisadora Kallyne Kafuri Alves, vinculada à Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), o projeto faz parte do Plano Pedagógico da Fames, do Plano Estadual de Educação (PEE) e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) por fortalecer vivências didáticas por meio de ações inclusivas que contem com elementos da educação, cultura, arte e consciência sustentável. 

“A gente acredita muito na cultura capixaba e, por isso, o nome do projeto é CantarES. Então, trabalhamos o repertório da música popular capixaba para poder incentivar e ampliar esse repertório também com as crianças. E os resultados incluem apresentação com principais aprendizagens da educação musical obtidas no processo de estudo”, explicou Vasty Nunes Pereira, que atuou como tutora do projeto.

David Lucca Mota da Silva, de 6 anos, estuda no Ensino Fundamental no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Ernestina Pessoa, do bairro Moscoso, em Vitória, e participou do projeto como bolsista de iniciação científica júnior. Ele foi o solista da apresentação onde cantou uma música popular capixaba. “Foi divertido e aprendi a tocar música. Aprendi a tocar flauta, tambor, casaca, pandeiro, triângulo e ganzá. De todos o que eu mais gostei é a bateria”, contou.

Texto: Samantha Nepomuceno e Rafaela Aguiar

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