As pesquisas foram desenvolvidas por meio do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR) lançado em 2019.
Nas últimas terça-feira (17), quarta-feira (18) e quinta-feira (19) aconteceram as apresentações de resultados alcançados em projetos de pesquisa científica financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) por meio de parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A Fapes realizou o seminário final de acompanhamento dos 23 projetos contratados no Edital CNPq/Fapes nº 11/2019 – Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR).
O PDCTR é um programa nacional ao qual as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de todo o Brasil podem aderir para ofertar bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) para fixação de pesquisadores doutores. No Espírito Santo, por meio do Edital nº 11/2019, 23 pesquisadores do País que estavam fora do mercado de trabalho foram selecionados para receberem as bolsas DCR e desenvolverem pesquisas em território capixaba. Foram disponibilizados aproximadamente R$ 11 milhões para financiar o desenvolvimento dos 23 projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, além das bolsas.
“Este seminário é uma oportunidade de apresentar para o grande público os resultados dos projetos desenvolvidos no âmbito do Programa PDCTR. Este programa é resultado de parceria entre a Fapes e o CNPq e possibilita atrair e criar as condições de fixação de pesquisadores, fortalecendo a pesquisa produzida em nossas instituições, e favorecendo a nossa relevância científica e tecnológica no cenário nacional e internacional. Sem falar da interiorização que o Programa promove, ao priorizar que pesquisas sejam feitas nas diferentes regiões de nosso Estado”, salientou o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão.
As pesquisas puderam ser desenvolvidas em todas as áreas do conhecimento, mas deviam seguir as áreas temáticas do edital, que foram: Educação para o Futuro; Saúde Integral; Infraestrutura e Logística; Desenvolvimento Econômico; e Agricultura e Meio Ambiente.
Projetos PDCTR apresentados:
O professor doutor Alexandre da Cunha Aschenbrenner coordenou o projeto “Estratégias para melhor utilização de bens ambientais e serviços ecossistêmicos no Parque Estadual de Itaúnas, ES-Brasil: identificação de áreas prioritárias para conservação e áreas de uso sustentável para os robalos”, realizado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) de São Mateus por meio do Centro Universitário Norte do Espírito santo (Ceunes). A pesquisa contou com a supervisão do professor doutor da Ufes de São Mateus, Mauricio Hostim Silva.
O projeto de pesquisa avaliou a distribuição espaço-temporal, a movimentação entre habitats e identificação de quais são essenciais para a preservação e quais podem ser utilizados para uso sustentável de Robalos Peva no Parque Estadual de Itaúnas. “Essas informações foram obtidas utilizando tecnologia de ponta, como receptores e transmissores acústicos de última geração, para detecção da movimentação da espécie alvo no Parque”, explicou o coordenador.
Alexandre da Cunha Aschenbrenner ainda destacou que para a captura da espécie contou com a ajuda de moradores locais e, a partir disso, fez a marcação com os transmissores que possibilitou a realização do monitoramento do ambiente, além de um teste de alcance.
Outro projeto que foi apresentado no seminário foi o “Prospecção de bacteriófagos para o biocontrole da podridão mole em hortaliças causadas por Pectobacterium SPP no Espírito Santo”, coordenado pela professora doutora Fernanda Pereira da Silva e supervisionado pelo professor doutor da Ufes de Alegre, André da Silva Xavier. O estudo foi desenvolvido pela Ufes de Alegre e realizou o isolamento e a caracterização biológica e molecular de bacteriófagos infectando bactérias pectinolíticas para o biocontrole da podridão mole ocorrente em hortaliças da região Serrana do Espírito Santo.
“As espécies do gênero pectobactéria são bactérias fitopatogênicas de importância para muitas olerícolas. Essas bactérias desenvolvem uma doença chamada podridão mole que está associada à produção de algumas enzimas que essa bactéria é capaz de produzir, que são proteases pectinases e celulases e são capazes de degradar a parede celular do vegetal, levando-o a apresentar esse aspecto mole devido ao amolecimento dessa estrutura do vegetal. Além dessa aparência amolecida, o vegetal também apresenta um odor fétido, prejudicando o seu desenvolvimento, seja lá na fase de lavoura ou também a sua comercialização, dado à depreciação na aparência do vegetal e também as suas características fisiológicas. Vale ressaltar que o controle dessa doença é complexo”, contou a coordenadora Fernanda Pereira da Silva.
Fernanda Pereira da Silva explicou que a equipe do projeto isolou, incialmente, dez bactérias para criação da bacterioteca do Biota. “Eles foram cultivados a partir das suas preservações, foram reativados e, a partir de então, iniciou-se os primeiros testes para verificar o potencial antagônico desses micro-organismos. A gente teve resultados promissores das dez bactérias isoladas. Sete apresentaram potencial antagônico”, afirmou a coordenadora.
A professora destacou ainda que, entre os resultados obtidos, houve diversas produções científicas e uma premiação. “O nosso trabalho foi premiado em um congresso de pós-graduação, que é o INIC (Encontro Latino-Americano de Iniciação Científica). Paralelamente, também foram elaborados outros trabalhos visando o controle da atividade antimicrobiana. Só que, nesse caso, foi um trabalho publicado com óleos essenciais, porque foi uma oportunidade que surgiu no meio do caminho e a gente aproveitou. Publicamos alguns trabalhos como coautores e o nosso está em elaboração”, comentou Fernanda Pereira da Silva.
Edital PDCTR aberto em 2024
O Edital Fapes/CNPq nº 06/2024 – Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (PDCTR) está aberto com prazo de inscrição até 26 de setembro. Cada proposta selecionada terá de seis a 36 meses para ser executada. Além disso, o edital prevê a possibilidade de solicitar auxílio financeiro para desenvolvimento do projeto vinculado à bolsa, no valor de até R$ 60 mil. Os trabalhos serão realizados em instituições de Ensino Superior ou pesquisa, sejam elas públicas ou privadas, localizadas no Espírito Santo. Clique aqui e acesse o edital.
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Assessoria de Comunicação da Fapes
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