O desenvolvimento de um kit para identificação simultânea dos três vírus, dengue, zika e chikungunya, baseado no perfil genotípico individual de cada vírus analisado, e seus impactos na redução da mortalidade infantil, é o principal objetivo da pesquisa a ser realizada nos próximos meses por uma equipe do Núcleo de Doenças Infecciosas, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), coordenada pelo professor e pesquisador Moisés Palaci, em parceria com a Fiocruz, do Rio de Janeiro.
A Pesquisa sobre o vírus da zika, da dengue e da chikungunya é uma das oito selecionadas e contratadas nesta semana pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em parceria com o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e das Comunicações (MCTIC). O investimento total será de mais de R$ 690 mil, por meio do Edital público FAPES/CNPq/Decit -SCTIE-MS/SESA nº 05/2015 – PPSUS, lançado com finalidade de fomentar pesquisas para a melhoria da qualidade da atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
As outras pesquisas selecionadas pelo edital do PPSUS tratam, dentre outros, de temas como: panorama das concentrações de metais tóxicos na Região do Caparaó capixaba e avaliação do risco de exposição humana; avaliação da implantação do Programa Telessaúde do Espírito Santo na estratégia de saúde da família e o processo de trabalho na Rede de Atenção Psicossocial da Grande Vitória: os caminhos e os impasses na produção do cuidado em saúde mental. Essas pesquisas deverão ser realizadas num prazo de até 16 meses.
A pesquisa sobre o vírus da dengue, da zika e da chikungunya
De acordo com os proponentes, o risco de morte de indivíduos com menos de 15 anos em decorrência da infecção da dengue começou a subir no Brasil a partir de 2006. A situação foi agravada mediante a confirmação de mais dois vírus, zika e chikungunya, que pertencem à mesma família e são transmitidos pelo mesmo vetor, o aedes aegypti. Segundo Moisés Palaci, “o desenvolvimento de kit para diagnóstico auxiliará políticas de saúde pública no desenvolvimento de estratégias que irão nortear melhores condutas para a redução da mortalidade infantil, e os estudos de epidemiologia molecular irá auxiliar novas linhas pesquisas para entender melhor os mecanismos de transmissão”, esclareceu.
A equipe da pesquisa sobre o vírus, coordenada por Moisés Palaci, também conta com outros especialistas doutores e mestres do Centro de Ciências da Saúde da Ufes, com participação de pesquisadores da Fiocruz, do Rio de Janeiro, ligada ao Ministério da Saúde. Esses especialistas têm vastas experiências em diagnóstico molecular de microrganismos, genotipagem molecular e microbiologia geral, além de experiência na área de Inovação Tecnológica, desenvolvimentos de metodologias visando a diagnóstico, estudos na área de epidemiologia molecular e filogenia na área de microrganismos. As investigações abrangerão os municípios Vitória, Cariacica, Serra e Vila Velha.
Resultados esperados
O projeto tem uma abordagem molecular no desenvolvimento de um kit de rápido resultado, com um custo relativamente baixo para técnicas moleculares, e que poderá ser utilizado em todo o Estado Espirito Santo para fazer o diagnóstico laboratorial e diferencial, das cepas que são geneticamente diferentes e qual perfil da circulação no Estado do Espirito Santo. Além do desenvolvimento de um kit preditivo, as informações epidemiológicas geradas serão fundamentais para elucidar algumas questões científicas ainda desconhecidas dessas doenças.
O desenvolvimento do projeto também irá formar e fortalecer grupos de pesquisas interdisciplinares sobre doenças infecciosas, ampliar competências na área e contribuir para a formação de pessoal especializado no estado do Espírito Santo. Novas linhas de pesquisa no Centro de Ciências da Saúde da Ufes, voltadas para as áreas de inovação tecnológica e biotecnologia, com aumento da produção científica e publicação de artigos em periódicos de alto impacto, além de parcerias com indústrias de biotecnologia para o desenvolvimento de novos produtos também serão possíveis.
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