A empresa Mito Games vai participar de projeto de Pesquisa & Inovação (P&I) junto de oito países do continente europeu.
Pela primeira vez no Brasil uma empresa foi contemplada no Programa Horizon Europe – o 9º programa-quadro europeu de Pesquisa & Inovação (2021-2027) realizado pela União Europeia (UE). A empresa Mito Games, que é capixaba, vai desenvolver projeto de P&I junto de pesquisadores e empresários de Portugal, República Tcheca, Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica, Bulgária e Dinamarca.
O projeto que a Mito Games vai realizar se chama “GoDigiBios – Biodiversity loss mitigation and adaptation measures: Policies, Governance and tools to foster transformative change”, traduzido para o português como “Medidas de adaptação e mitigação da perda de biodiversidade: Políticas, governança e ferramentas para promover mudanças transformadoras)”. O trabalho terá duração prevista de 36 meses e recebeu da Fapes 50 mil euros para ser executado.
“Essas chamadas internacionais geralmente reúnem grupos de pesquisadores do Brasil e da Europa para atuarem em conjunto, principalmente em universidades que integram o programa Horizon Europe. Os consórcios costumam envolver de três a quatro países, trabalhando juntos em torno de um mesmo desafio, geralmente mais complexo”, disse o diretor Técnico-Científico da Fapes, Celso Saibel.
O diretor da Fapes completou: “Rafael Lontra, além de atuar na Mito Games, é mestrando na Bélgica e aproveitou a oportunidade do Horizon Europe para associar sua empresa a um consórcio internacional. Hoje, ele é o pesquisador e empresário principal de um projeto que reúne oito países, com apoio do Governo do Espírito Santo, por meio da Fapes, que aderiu à chamada internacional para fortalecer a internacionalização da pesquisa e da inovação capixaba.”
Rafael Teixeira, mais conhecido por “Rafael Lontra”, é o diretor de Produtos da empresa capixaba Mito Games. Para ele, o apoio da Fapes é fundamental: “No Horizon Europe somos responsáveis por conseguir nosso próprio financiamento com o nosso país natal, ou seja, não podemos usar diretamente os recursos do programa europeu. Somos muito gratos por todo apoio da Fapes”, explicou Lontra.
“Vamos expandir nossos laços internacionais, aprender muito com os parceiros de fora, aumentar nosso portfólio e também fazer parte de algo grandioso que pode ter um impacto grande a duradouro na preservação do planeta”, destacou o diretor da Mito Games.
Projeto da Mito Games leva a biodiversidade para o universo dos games
De acordo com Rafael Lontra o projeto vai traduzir em uma linguagem mais simples e humanizada o tema da biodiversidade, que é complexo e singular em cada região.
“O projeto fará um grande levantamento de boas práticas e conta com 4 "laboratórios", que chamamos de T-Labs, que servirão de exemplos concretos dessas práticas. Cada T-Lab será berço de diversas ações e servirá de uma fonte fidedigna de dados para usarmos como base para criar uma experiência gamificada que tem como objetivo traduzir as complexas dinâmicas envolvidas num tema tão complexo. Por exemplo, qual o impacto de uma expansão no aeroporto para as áreas de matas próximas? Ou do assoreamento de um rio, crescimento populacional? Entre outras”, pontuou o diretor da empresa.
Rafael Lontra também falou de que forma o projeto se conecta à empresa capixaba. “A Mito Games tem o papel fundamental de traduzir todos esses dados, modelos e estudos num jogo sério, que será utilizado por tomadores de decisões por toda a Europa, para que possam aprender mais sobre os impactos que diversas ações podem ter sobre a biodiversidade local”.
“É uma parceria entre a empresa Belga Myth Jeux [irmã Belga da Mito Games] com a Mito Games, onde a Myth Jeux desenvolve todo o Game Design e inteligência por trás do jogo. E a Mito Games com toda sua expertise, não só ajuda a avaliar essa parte teórica, mas é principalmente responsável por materializar esse jogo, publicando e mantendo ele no ar pela duração do projeto e mais três anos depois”, ressaltou.
Ciência capixaba em pé de igualdade com a União Europeia
Segundo o diretor Técnico-Científico da Fapes, Celso Saibel, a participação capixaba em consórcios internacionais tem contribuído diretamente para o fortalecimento da inovação e da pesquisa no Estado.
“Estamos formando e qualificando profissionais aqui no Espírito Santo com capacidade para atuar em pé de igualdade com nossos colegas da União Europeia. Isso é muito importante, porque, ao buscar elevar a qualidade da produção científica e tecnológica no Estado e no Brasil, essa troca nos consórcios permite entender como eles trabalham lá fora — e mostrar que temos pessoas altamente capacitadas, preparadas para superar desafios e atuar em alto nível, como é exigido em projetos europeus”, frisou.
O que é o Horizon Europe?
O Horizon Europe é o Programa-Quadro de P&I da União Europeia (UE) em vigor de 2021 a 2027. Tem como objetivo apoiar a participação brasileira nas ações da chamada e a expectativa é ajudar a fortalecer a base de conhecimento europeia por meio de pesquisas de fronteira, estimulando inovações e apoiando o desenvolvimento e a demonstração de soluções inovadoras, além de ajudar a restaurar a indústria e a economia.
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