25/11/2022 18h22 - Atualizado em 29/11/2022 12h27

Seminários da Fapes apresentam resultados de projetos do Programa de Iniciação Científica Júnior

Foto: Ascom/Fapes

Eventos aconteceram em Alegre e Cachoeiro de Itapemirim.

Uma semana de grandes resultados para a pesquisa do Espirito Santo, com a realização do Seminário de Apresentação dos Resultados Finais, do Programa de Iniciação Científica Júnior – Pesquisador do Futuro (PIC Jr.) de 2022, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).

Nessa segunda-feira (21), foram conhecidos os 12 projetos dos alunos de Cachoeiro de Itapemirim, Castelo e Presidente Kennedy. Nessa terça-feira (22), foi a vez dos alunos de Alegre, Jerônimo Monteiro, Ibatiba, São José do Calçado, Apiacá e Marechal Floriano apresentarem as conclusões de 21 projetos.

Clique aqui e veja a programação com os nomes de todos os projetos apresentados em Cachoeiro de Itapemirim e aqui para acessar a programação com os projetos expostos no seminário em Alegre.

No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes) – Cachoeiro de Itapemirim, aconteceu a primeira série de apresentação dos bolsistas que concluíram seus projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. Na abertura do evento, o diretor Técnico-Científico da Fapes, Celso Saibel, destacou que o programa PIC Jr. Pesquisador do Futuro se tornou um dos editais da Fapes mais concorridos nos últimos anos e com participação de escolas e pesquisadores de todas as regiões do Estado.

Saibel anunciou mudanças no edital 2023, que envolvem recursos da ordem de R$ 3,3 milhões e que está, atualmente, em fase de julgamento. “A Fapes vai aumentar para R$ 10 mil o valor do auxílio pesquisa, desenvolvimento e inovação em cada projeto, adotando o modelo de prestação de contas simplificada, cujo foco é no objeto dos gastos do projeto e se os produtos foram entregues ao final do projeto. Isso deve reduzir muito a burocracia para a prestação de contas pelos coordenadores e aumentar ainda mais o interesse pelo edital daqui para frente”, destacou.

O diretor do Ifes Cachoeiro de Itapemirim, Edson Maciel Peixoto, enalteceu a parceria da Fapes, com os editais em vários segmentos da pesquisa e inovação, que têm proporcionado o desenvolvimento de projetos muito importantes, além de motivar os discentes e docentes da instituição. Um exemplo do resultado positivo da parceria é que o próprio Ifes tem um laboratório completo construído com recursos dos editais do PIC Jr., proporcionando o desenvolvimento de experimentos para grandes empresas.

Os projetos foram avaliados pela pesquisadora Monica Castoldi Borlini Gadioli. Cada apresentação foi analisada com observações de orientação e de destaques positivos em todos os projetos. “É gratificante observar que os bolsistas se envolveram inteiramente nos projetos, o que contribui futuramente para o envolvimento cada vez maior na pesquisa científica, tecnológica e inovação”, frisou a avaliadora.

Conheça alguns projetos apresentados no Seminário em Cachoeiro de Itapemirim

Emocional:

Um dos projetos em destaque foi desenvolvido pelos bolsistas do Ifes sobre estresse, depressão e ansiedade pelo medo de pegar Covid-19. O foco foi analisar um grupo de alunos e servidores do Ifes de Cachoeiro de Itapemirim e apontar estratégias para manter a saúde mental. A pesquisa apontou que há uma elevada prevalência de transtornos mentais comuns, estresse, ansiedade e depressão, na comunidade acadêmica-escolar, sobretudo nas pessoas mais jovens, do sexo feminino, de 15 a 21 anos, com renda familiar de até quatro salários-mínimos.

“Consideramos que é necessário desenvolver ações para promover o bem-estar psicossocial no ambiente escolar, especialmente nos grupos mais vulneráveis aos transtornos estudados”, esclareceu o psicólogo e coordenador da pesquisa, Thiago Sandrini Mansur.

Mudas de café:

O estudo que vai interessar aos produtores de café e ampliar as técnicas do setor foi o projeto de desenvolvimento de tecnologia de produção de mudas de café conilon, com uso de resíduos da indústria sucroalcooleira e construção civil aplicados no substrato. A pesquisa foi desenvolvida pelos alunos da Escola Família Agrícola, sob a coordenação do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) de Cachoeiro de Itapemirim.

Livro:

O trabalho desenvolvido pelos alunos da escola Prof. Inah Werneck sobre ressignificação dos saberes e fazeres docentes e discentes na educação básica em tempo de pandemia resultou na elaboração de um livro que será lançado em 2023. A pesquisa realizada empolgou a todos os envolvidos.

“O projeto foi muito interessante e produtivo. Ao saber que vai virar um livro, deixou a gente muito feliz. Vamos lembrar sempre deste trabalho”, disse o aluno Pedro Ramos Santos.

Segundo dia do Seminário

Essa terça-feira (22) foi um dia repleto de apresentações no auditório da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – Campus Alegre, que contou com a presença da diretora do Centro de Ciências Exatas, Naturais e da Saúde (CCENS), da Ufes, Taís Cristina Bastos, e do diretor do Ifes de Alegre, Rômulo Moraes. Os 21 projetos foram analisados pela doutora Erika Aparecida Silva de Freitas e pelo mestre Júlio Cesar Tanure.

Conheça alguns projetos apresentados no Seminário em Alegre

Farinha de Inseto:

A nova tendência mundial sobre uso da farinha de insetos na alimentação animal vem de forma forte e sustentável. É o que apostam os doutores especialistas em aquicultura José Geraldo de Vargas Junior e Pedro Pierro Mendonça, do Ifes de Alegre. Os dois coordenaram o projeto de um grupo de alunos do Ifes sobre o uso da farinha de Insetos em dieta de Tambacu.

Os estudos demonstraram os benefícios da farinha de grilo-negro na alimentação do peixe. Pedro Pierro explicou que as farinhas de insetos são fontes não exploradas em outras áreas, como as commodities tradicionais e ainda não têm restrições como fonte proveniente de resíduos de outros processos de produção animal/vegetal. Com isso, a Fapes, Ufes e o Ifes iniciam uma nova forma, em nível nacional, para tratar e trabalhar nutrição de animais na produção, em especial de peixes de cortes.

Extrato de romã:

Dois projetos, sob a coordenação da Ufes – Campus Alegre, desenvolvidos por estudantes da Escola Prof. Pedro Simão, fizeram do extrato de romã a base de estudos para desenvolver antissépticos para o combate da Covid-19. A equipe coordenada pela pesquisadora Janaina Konishi desenvolveu um sabonete líquido contendo extrato de romã para higienização das mãos.

A ideia é que a produção do antisséptico seja usado como artifício para combater a pandemia e a infodemia causadas pela Covid-19 na cidade. Na mesma linha seguiu o projeto coordenado pela pesquisadora Juliana Alves Resende, no qual os alunos desenvolveram antisséptico para a higienização das mãos dos alunos no ambiente escolar.

Minipimentões:

O grupo de alunos da Escola Victória Bravim, de Marechal Floriano, desenvolveu com a coordenação do Incaper de Domingos Martins, o cultivo de minipimentões em diferentes sistemas semi-hidropônicos nos ambientes protegidos. Os minipimentões podem representar um novo modelo de produção e facilitar a comercialização. Por serem bem menores que os tradicionais pimentões, facilitam seu uso no preparo de temperos e de conservas.

Bactéria:

A pesquisadora Juliana Severi coordenou a pesquisa feita pelos bolsistas das Escola Sirena Rezende Fonseca, do Alegre. No estudo, foram avaliados os efeitos de óleos essenciais das folhas e frutos da pitangueira e da jabuticabeira, frente à bactéria causadora da murcha em lavouras capixabas. Na visão de Juliana Severi, o projeto possibilitou a inserção dos jovens estudantes da rede pública no ambiente universitário e científico, aproximando-os de demandas do mercado agropecuário.

Ensino Fundamental:

Um dos destaques do Seminário foi o grupo de cinco alunos do Ensino Fundamental II da Escola Waldir Monteiro de Barros, da cidade de Apiacá. A escola está situada em área rural e os alunos moram e trabalham na lavoura da comunidade Batatal. O grupo teve participação direta em todo o processo do método científico que compôs o projeto de caracterização macroscópica e avaliação dos impactos ambientais em nascentes de comunidade rural do município.

“A participação dos alunos foi de extrema importância para que eles pudessem ter acesso a um novo olhar para a sua própria comunidade. Além do uso da instrumentação necessária para a avaliação das nascentes, os bolsistas tiveram oportunidade única de aprender e levar para a comunidade escolar as experiências em nossa feira de ciências”, avaliou a tutora do projeto, professora Márcia Graciela Martinez.

Água boa:

A qualidade da água consumida na comunidade rural Feliz Lembrança, em Alegre, é muito boa. A pesquisa desenvolvida pelos alunos do Centro de Educação Aristeu Aguiar, com a Ufes, concluiu que as amostras das águas oriundas das nascentes e torneiras não apresentam riscos à comunidade, uma vez que as variáveis analisadas se encontram dentro dos limites permitidos pelo Ministério da Saúde.

O coordenador do projeto, o pesquisador Giovanni de Oliveira Garcia, disse que a realização do estudo permitiu atender a uma demanda da comunidade rural, bem como proporcionar uma nova experiência aos alunos envolvidos em todo o processo de análise.

Repercussão dos projetos desenvolvidos

Em geral, o Programa PIC Jr. Pesquisador do Futuro recebeu elogios de alunos, professores e diretores de instituições de ensino, conforme podemos conferir nas declarações dadas logo após a realização do Seminário em Cachoeiro de Itapemirim.

“O Programa veio agregar novos conhecimentos e possibilidades para o cotidiano das crianças envolvidas, que têm a instituição de ensino como espaço social, cultural e científico”, comentou a gestora escolar da EMEB Padre Gino Zatelli, de Cachoeiro de Itapemirim, Simone Machado de Athayde.

“É uma satisfação muito grande iniciar os alunos do Ensino Médio na ‘caminhada’ da ciência. Fico feliz com os resultados, pois vejo o amadurecimento dos bolsistas ao longo dos dez meses de projeto”, disse Joelma Aparecida Zoboli, coordenadora do Projeto Planejamento do Orçamento familiar, do Centro Universitário São Camilo.

Karollayne Silva Franco Monteiro, da Escola Áttila de Almeida Miranda, de Cachoeiro de Itapemirim, falou que o projeto foi muito interessante, pois deu a ela uma base sobre engenharia e um conhecimento a mais sobre matemática e física.

A pesquisadora Hellen Moura Pessoa Brandão é coordenadora do projeto sobre efeitos da crise climática nos jovens e as possibilidades da educação ambiental. Ela explicou que o PIC Jr. possibilita a aproximação da universidade com a escola, permitindo que jovens possam se tornar protagonistas das próprias vidas e formações.

“No nosso projeto, os bolsistas tiveram a oportunidade de confrontar seus pensamentos e ações em relação à rede socioambiental, ao longo das rodas de conversas e oficinas reflexivas e criativas. Ao final, conseguiram compreender que podem agir diante do colapso ambiental e amenizar os efeitos da crise climática em relação à ansiedade ou medo do futuro”, complementou Hellen Brandão.


Texto: Jair Oliveira com edição de Samantha Nepomuceno

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