O Projeto Barraginhas no Espírito Santo, coordenado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), começa a ser implantado. Nesta quinta-feira (11), a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Seama) anunciou a transferência de R$ 600 mil para o Incaper, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O recurso será utilizado para a realização da capacitação, transferência de tecnologia e implantação do Projeto Barraginhas, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em microbacias do Estado.
O projeto tem como objetivo possibilitar a transferência e disponibilização da tecnologia social “Barraginhas”, por meio de ações de capacitações, adoção e multiplicação da tecnologia em microbacias do Espírito Santo. Serão implantadas pelo Incaper, em 24 meses, 12 unidades de referência, que irão servir de modelo para os municípios.
Uma alternativa simples e com resultados efetivos no aumento da disponibilidade hídrica em microbacias, sendo adaptável a diferentes realidades, a tecnologia irá captar a água das enxurradas e promover seu armazenamento no solo – evitando erosões, assoreamentos e contaminações ambientais –, garantindo assim o aumento do volume de água dos mananciais.
Para o secretário de Estado de Meio Ambiente, Aladim Cerqueira, o projeto Barraginhas chega ao Espírito Santo para causar um positivo impacto social. “Barraginhas, além de abastecer nascentes e aumentar o fluxo de água nos rios, vai causar um grande impacto social nas propriedades, gerando um ganho de produtividade e aumento da consciência do produtor rural em relação à água”, pontuou o secretário.
A implantação do projeto terá início em fazendas do Incaper e propriedades rurais localizadas em microbacias que serão determinadas durante a execução do projeto, priorizando áreas que tenham apresentado problemas de abastecimento durante a estiagem ocorrida nos anos de 2015 e 2016, de acordo com as resoluções publicadas pela Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh).
“A tecnologia é simples, de fácil aplicação e se adapta a diferentes realidades. Não importa se a propriedade é maior ou menor: todas podem lançar mão das barraginhas para manter a água na propriedade e evitar que ela escoe, que se perca. O papel do Incaper é de atuar como um facilitador na transferência dessa tecnologia, permitindo que o produtor rural de base familiar do Espírito Santo tenha acesso às barraginhas”, disse a extensionista do Incaper que coordena os trabalhos, Cíntia Bremenkamp.
As diversas etapas de transferência de tecnologia do projeto incluem ações de capacitação e multiplicação da tecnologia. Inicialmente, o público-alvo são servidores estaduais, agricultores familiares, alunos de Escola Família Agrícola (EFA), técnicos das prefeituras e membros dos comitês/agências na área contemplada pelo projeto. Após a conclusão do projeto, a tecnologia será de conhecimento na região, podendo já mostrar seus resultados para a população local como para outras pessoas que queiram replicá-la.
Segundo o diretor-presidente da Fapes, José Antonio Bof Buffon, a fundação é responsável por modelar essa parceria dentro do Governo do Estado. "Onde há geração de conhecimento a Fapes está atuando. O projeto Barraginhas envolve muitas parcerias para fazer o conhecimento gerado na Embrapa chegar ao produtor".
Aporte aos municípios
Além das ações do projeto de transferência de tecnologia, será viabilizado, via Fundágua, R$ 1 milhão para aporte a esses municípios. Cada prefeitura irá receber R$ 100 mil, para utilizar com o combustível durante o período de implantação das barraginhas e, em contrapartida, irá viabilizar uma retroescavadeira para a realização das intervenções. O objetivo é implantar 13.200 barraginhas em três anos, ou seja, 440 barraginhas por ano em cada município.
Os municípios priorizados no projeto serão alguns dos mais atingidos pela crise hídrica dos últimos anos: Ecoporanga, Água Doce do Norte, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Rio Bananal, Sooretama, São Roque do Canaã, Itarana, Atílio Vivácqua e Santa Leopoldina.
Informações à Imprensa
Fernanda Magalhães / Mike Figueiredo
(27) 3636-1867