09/02/2018 09h54 - Atualizado em 15/02/2018 13h29

Pesquisadores realizam estudos inéditos sobre o Rio Doce com financiamento do Governo do Estado

A pesquisa é uma parceria entre pesquisadores capixabas, dos Estados Unidos e Dinamarca

Com apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) – do Governo do Estado – a Rede Solos Bentos Rio Doce (SOBES) iniciou, neste mês, experimentos inéditos na cidade de Regência, com o objetivo de avaliar as consequências que o desastre do desabamento da barragem em Mariana, em Minas Gerais, causou para a biogeoquímica estuarina e fauna marinha.

A biogeoquímica estuarina estuda a associação da química, biologia e geologia no estuário, que é um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar. A rede está realizando um acompanhamento detalhado da concentração de metais e outros contaminantes na Foz do Rio Doce, numa extensa colaboração entre pesquisadores da Ufes, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA), University of Southern Denmark e Oregon State University.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Angelo Bernardino, o professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), já foi publicado e disponibilizado abertamente os dados dos impactos iniciais do acidente no Rio. “Toda essa nova pesquisa que está sendo realizada será disponibilizada. Em breve, vamos divulgar os resultados preliminares dos estudos em andamento”, destacou.

Além da coordenação do professor, os experimentos estão sendo realizados por alunos de pós-graduação da Ufes e da University of Southern Denmark (Universidade do Sul da Dinamarca), além alunos de cursos de graduação em Ciências Biológicas e Oceanografia da Ufes. “É uma fase nova para mim onde estou aprendendo bastante, além de ter a oportunidade de participar de um projeto inédito”, contou Fabrício Gabriel, bolsista da Fapes e doutorando em Biologia.

A pesquisa

O projeto foi iniciado em maio de 2017, com recursos aprovados de R$ 681 mil pela Fapes a partir de edital publicado com o objetivo de financiar estudos sobre possíveis soluções para a recuperação da bacia do Rio Doce, e também para verificar os danos causados na região após o desabamento da barragem em Minas Gerais.

“A Fapes tem priorizado alguns temas de elevado interesse para o governo estadual e para a comunidade em geral. Com isto, a temática ambiental tem tomado relevância, como por exemplo esta pesquisa relacionada ao Rio Doce, que vai ajudar a prever o futuro da bacia”, destacou o diretor-presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon.

De acordo com os pesquisadores, já é comprovado que a macrofauna, animais que vivem no solo dos ecossistemas aquáticos, contribuem para a limpeza de metais pesados nos rios, principalmente da classe “Polichaetaes”, que estão em maior abundância na região, após conseguirem sobreviver ao desastre e de forma mais rápida recolonizar.

O foco da pesquisa, é saber justamente o quanto estes animais da macrofauna contribuem para o Rio Doce, que ainda está contaminado com os sedimentos de minério, e verificar se de fato está colaborando para a limpeza do estuário, que é o local onde há o encontro entre o rio e o oceano. 

Além disto, de acordo com o coordenador da pesquisa, eles também buscam descobrir o que está acontecendo com os metais pesados que foram depositados no rio. “Já sabemos que os rejeitos de minério presentes na lama estão se acumulando no solo do rio. Agora, precisamos saber se os metais estão ficando no fundo, se estão subindo para a biota ou se vão se acumular no estuário para conseguirmos responder a algumas perguntas da sociedade, como por exemplo se o peixe é apto para o consumo”, destacou. 

Informações à imprensa

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