Serão investidos R$ 14 milhões no financiamento de projetos de pesquisa científica e tecnológica em Rede, que vão subsidiar a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável
Encerrado o prazo, na última terça-feira (31), de submissões de propostas de pesquisa ao maior Edital, com recursos próprios do Governo do Estado, na história da agropecuária capixaba, os números surpreenderam até mesmo os mais otimistas: foram 142 projetos inscritos, envolvendo 642 pesquisadores distribuídos em 29 Redes de Pesquisas. Estas Redes foram formadas por 11 Instituições de Ensino Superior (IES) e de Pesquisa e Inovação, públicas ou privadas, localizadas no Espírito Santo, abrangendo 25 municípios do Estado. Apesar do Edital prever a disponibilidade de R$ 14 milhões do orçamento estadual, as propostas submetidas atingiram a ordem de mais de R$ 20 milhões.
O Edital Fapes/Seag nº 06/2015 é uma parceria inédita de órgãos do Governo do Estado, especialmente por meio dos sistemas Secti/Fapes e Seag/Incaper/Idaf, com o setor acadêmico e produtores capixabas, com vistas a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento rural sustentável, a elevação da renda dos produtores, o adensamento dos arranjos produtivos, a conservação do solo e o uso racional da água. O Edital está disponível para consultas nos sites www.fapes.es.gov.br, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), e www.seag.es.gov.br, da Secretaria de Estado da Agricultura, Aquicultura, Abastecimento e Pesca (Seag).
No +Pesquisa AgroCapixaba, ou Edital de Pesquisa Aplicada a Políticas Públicas Estaduais à Agropecuária Capixaba (PPE Agro), foram previstos 11 temas: Fruticultura; Mamão; Cafeicultura; Produção Animal; Olericultura; Pipericultura; Silvicultura e Sistemas Integrados de Produção; Culturas Alimentares e Floricultura; Aquicultura e Pesca; Água, Solo e Agricultura de Baixo Carbono; e Agroecologia e Agricultura Orgânica. Num primeiro balanço das submissões, destacaram-se as áreas de Cafeicultura e Agroecologia e Agricultura Orgânica, com quatro propostas de Redes, cada. Seguidos de Fruticultura, Sistemas Integrados de Produção e Silvicultura, Pipericultura, Produção Animal e Aquicultura e Pesca, com propostas de formação de três redes de Pesquisadores, cada.
Pioneirismo da construção de Redes
Uma grande novidade do edital +Pesquisa AgroCapixaba é que os projetos precisaram, necessariamente, serem desenvolvidos em Rede. Cada Rede de pesquisa terá um coordenador e será composta por, no mínimo, três projetos, cada qual com um coordenador distinto. O coordenador da Rede deverá ser o coordenador de um dos projetos que a compõe. Pelo menos um dos projetos deve ser coordenado por pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) ou do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), instituições vinculadas ao sistema Seag. E, pelo menos, um dos projetos da Rede deve ser coordenado por pesquisador vinculado a uma instituição do Espírito Santo que não faça parte do Sistema Seag.
Todos os projetos de cada Rede de pesquisa precisam estar inseridos no mesmo tema de interesse. Os projetos devem, ainda, ser interdependentes e/ou complementares, articulados e com objetivos comuns, que desenvolvam uma abordagem preferencialmente interdisciplinar e com metas transversais. As Redes de pesquisa vão contribuir para a integração das instituições de ensino e pesquisa capixabas, incentivando a consolidação de jovens pesquisadores, aumentando a produção técnico-científica, estimulando a interdisciplinaridade e o intercâmbio institucional.
O + Pesquisa AgroCapixaba
O edital + Pesquisa AgroCapixaba também é fruto do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba, o Pedeag 3, como explica o secretário de Estado da Agricultura, Octaciano Neto. “Desde o início do ano passado, temos dialogado com professores e pesquisadores das várias instituições de ensino e pesquisa capixabas. Esse edital é fruto desse diálogo, e das atividades desenvolvidas até aqui no âmbito do Pedeag 3. As linhas de pesquisa foram definidas com base nas demandas que colhemos durante os debates realizados nas mais de 50 oficinas de trabalho em torno dos principais arranjos produtivos da agropecuária capixaba”, afirma Octaciano Neto.
A grande mobilização
Para o Diretor-presidente da Fapes, Jose Antonio Bof Buffon, outro motivo para o grande número de propostas apresentadas foi a mobilização que o Governo do Estado durante o período de inscrições. “Fizemos reuniões em todas as regiões do Estado e, no mês de março, mais de 150 pesquisadores participaram, na Ufes, em Vitória, de um workshop de integração. Foi um momento especial, quando os pesquisadores se reuniram em onze salas, distribuídas pelos onze temas previstos no Edital. Um valioso processo de construção de parcerias com várias mãos e infinitas ideias”, destacou Buffon.
O evento, em março, também teve como convidado especial o pesquisador da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Embrapa, Zander Soares de Navarro, que falou um pouco suas experiências e promoveu uma reflexão sobre a agricultura do país, e de como a pesquisa pode ajudar a melhorar este cenário. Durante o encontro, o vice-governador do Estado, César Colnago ressaltou a importância de se investir na pesquisa e, se antecipando ao sucesso do Edital, expressou o seu contentamento em ver como profissionais, de entidades públicas e privadas, se esforçam para criar projetos que possam ser beneficiados por todos os capixabas.
“Estou muito feliz de estar aqui e ver tantos pesquisadores. O +Pesquisa AgroCapixaba representa um salto, uma referência de investimento naqueles que fazem a pesquisa, que estão nos laboratórios e no campo, fazendo com que o nosso conhecimento se aprofunde e principalmente fazendo o que é mais essencial: aumentar a renda, agregar valor aos nossos produtos. Com isso, esperamos que a nossa agricultura, que aqui no Estado é expressivamente de base familiar, ganhe com tudo isto e o produtor tenha uma vida melhor, uma qualidade de vida melhor”, ressaltou César Colnago.
Na ocasião, também se antecipando à resposta dos pesquisadores capixabas quanto ao número de inscrições, o Diretor-presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon, destacou que o que o maior ganho é a união de pesquisadores de diferentes instituições para resolver os problemas que afetam diretamente o campo. “Não é só o valor em si que é importante, de R$ 14 milhões, mas a metodologia que foi aplicada pela Fapes e pela Seag neste edital. Queremos formar os consórcios de pesquisas entre o Incaper, Idaf, e outras instituições de pesquisa, pois uns conhecem muito bem a demanda dos produtores, pois estão com eles no dia a dia, e outros sabem a melhor forma de resolver. Assim, esperamos que esta integração permita uma alta produtividade, uma alta resolutividade, fazendo com que o dinheiro investido seja usado da melhor forma. É um edital que faz com que o Brasil já olhe para nós como um estado inovador, pois somos o primeiro fazer um edital neste formato de integração”, disse Buffon.
Pesquisa aplicada
O secretário da Seag, Octaciano Neto, explicou que os onze temas de pesquisa do edital surgiram das reuniões feitas com produtores rurais de todo o Estado, durante o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag3), e por isso acredita que os resultados das pesquisas, dentro de 36 meses, irão contribuir de forma mais eficaz para promover um desenvolvimento rural. “O edital complementa o trabalho feito no Pedeag 3, durante todo o ano de 2015, em que a Seag ouviu, em mais de 50 reuniões, as demandas de produtores e pesquisadores de diversos segmentos da agricultura e agropecuária. Agora, estamos investindo esses R$14 milhões em pesquisas aplicadas para solucionar problemas e melhorar a qualidade dos produtos e também a forma de produção e manejo deles”, ressaltou Neto.
O Diretor Técnico-científico e de Inovação da Fapes, Rodrigo Ribeiro Rodrigues, também destacou a importância da construção do diálogo e ações entre os órgãos de pesquisa, Fapes, Incaper e Idaf, com o setor acadêmico e produtores. “A Fapes tem o know how no fomento à pesquisa e formação de recursos humanos para a ciência, tecnologia e inovação. O Incaper e o Idaf, o conhecimento, a vivência e a experiência do campo. E, academia capixaba tem largo conhecimento da nossa história e realidade. O PPE Agro representa o início de um processo que será rotineiro para a Fapes, de atender às demandas de outros órgãos do Governo, de Instituições públicas e privadas do Espírito Santo”.
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