12/07/2024 17h47

Fapes reúne pesquisadores em workshop sobre Programa Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT)

Foto: Ascom Fapes

A mobilização é o primeiro passo para que a comunidade científica capixaba se prepare para o edital e que temas importantes para o Estado sejam pautados nas propostas dos projetos de pesquisa.

Pesquisadores capixabas participaram, nessa quinta-feira (11), em Vitória, de um workshop sobre o Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). O programa é promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com as agências estaduais de fomento à pesquisa.

Com a realização do workshop, a Fapes pretende mobilizar a comunidade científica regional para que se prepare para fazer parte do edital, que deve ser publicado no mês de setembro pelo Governo Federal, e que temas importantes para o Estado, como saúde, bioma Mata Atlântica – Manguezal, agricultura sustentável, transição energética e adaptação às mudanças climáticas façam parte das propostas dos projetos de pesquisa.

Além da equipe técnica da Fapes, participaram os coordenadores responsáveis pelo programa INCTs, Alexandre Oliveira e Damísia Lima, além do membro fundador e diretor do INCT de Energia Elétrica (INERGE), Moisés Vidal Ribeiro, e o reitor da Ufes, professor Eustáquio de Castro.

O encontro foi direcionado a pesquisadores das categorias de Bolsa de Produtividade do CNPq, PQ ou DT,1 e 2. O diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, destaca que a estratégia do programa INCT é despertar na comunidade científica iniciativas de pesquisa para lidar com temas de vanguarda e tem visão de médio e longo prazo.

“Isso é interessante porque o programa tem um horizonte de cinco anos, podendo se estender para mais cinco anos, chegando a dez anos. Entre alguns requisitos importantes, estão: ele deve ser desenvolvido em rede, ou seja, a pesquisa deve sair do seu núcleo e tem que se encontrar com outros grupos nacionais e internacionais. E esses grupos vão trabalhar temas de fronteiras do conhecimento, juntos, favorecendo a troca de experiências entre pesquisadores menos experientes e pesquisadores mais experientes, despertando novas lideranças”, disse Rodrigo Varejão.

Atualmente, existem 204 INCTs no Brasil e cada um que está atualmente em execução atua em um tema de diferente área do conhecimento, seja de Ciências Humanas, Biológicas, Exatas e Agrárias, envolvendo milhares de pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas, estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa.

Varejão explica que muitos dos problemas do mundo real, analisados durante as pesquisas, são multidisciplinares e um grupo de pesquisa, por várias vezes, não tem condição de avaliar as questões sozinho, e, portanto, não avança. Já com a rede de pesquisadores multidisciplinares, segundo ele, é possível complementar isso, e lidar melhor com grandes problemas. O diretor-geral da Fapes frisou outros pontos positivos do INCT: a mobilização dos programas de pós-graduação; o fomento para a formação de pessoas; a melhoria na qualidade dos trabalhos dos programas; o estímulo à interação com demandas reais do setor produtivo e de governo, se conectando com estratégias nacionais e estaduais.

“O Espírito Santo não coordena nenhuma das redes de INCT que existem no País e são projetos de R$ 10 e 15 milhões com recurso federal. A participação do Estado em ações federais é relevante, sobretudo nos eixos e temas que têm sinergia com a estratégia estadual, pois não devemos ficar isolados do cenário nacional. A comunidade científica precisa se preparar para essa grande oportunidade, já que não é uma chamada regular”, salientou Varejão.

Um dos coordenadores responsáveis pelo programa INCTs, Alexandre Oliveira, apresentou o panorama do Programa de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que, atualmente, conta com mais de 200 INCTs, o que representa um investimento de R$ 2 bilhões e a consolidação de parcerias com os estados. Desde sua criação em 2008, já foram anunciadas quatro chamadas, sendo um programa estratégico do Ministério da Ciência, Inovação e Tecnologia (MCTI).

“Nós, da Universidade, ficamos muito felizes quando soubemos da ideia do INCT, porque vai nos ajudar bastante na organização de alguns planos estratégicos que temos para os próximos anos aqui no Estado do Espírito Santo. Nesse contexto, o edital do INCT chega em boa hora. A Universidade já vem trabalhando, inclusive organizando alguns grupos de pesquisa nas áreas da saúde, energia e oceanografia. A ideia de participar do INCT é ótima para nós”, disse o reitor da Ufes, professor Eustáquio de Castro.

“Somos um INCT formado por seis instituições que reúnem 65 pesquisadores. Temos grupos consolidados e outros que estão em processo de consolidação. A troca de experiências entre nós tem fortalecido o INCT, estimulado a criação de relacionamento entre os grupos e permitido o aprendizado uns com os outros. O INCT não representa todos os bons pesquisadores do País, mas aqueles que souberam se articular e se unir. Bons pesquisadores existem em todos os lugares do Brasil. Cada INCT tem a sua metodologia, seu arranjo, temos uma distribuição financeira que contempla a todas as instituições envolvidas e, com isso, temos uma agregação no grupo”, pontuou o membro fundador e diretor do INCT de Energia Elétrica, Moisés Vidal Ribeiro.

“A sociedade anseia por saber quais são os projetos de pesquisa que estão em andamento, por exemplo. Então, temos profissionais que atuam na popularização da ciência no INCT. Temos pessoas que cuidam da parte de captação, outros do planejamento, divulgação. Os INCTs são instituições respeitadas e precisam ser organizadas e comprometidas”, completou Ribeiro.

Para o pesquisador do nível 1D e professor de Ciências Agrárias do Ifes, Sávio Berilli, o workshop é importante para incentivar a comunidade científica. “Temos bons projetos que podem ser submetidos nesse novo edital e estamos bastante ansiosos com isso. No Ifes, existe um grande projeto institucional que se chama Fortac, que é parecido com o modelo apresentado pelo CNPq. Podemos transpor esse modelo e ir além do Estado, porque é uma proposta para o edital do CNPq, que pode envolver outras instituições, instituições capixabas e de outras partes do País”, disse Berilli.

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