A falta de água, em algumas partes do mundo, já é uma realidade. Essa escassez chamou a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que criou o Dia Mundial da Água, celebrado neste dia 22 de março. O tema “A resposta está na natureza” tem como o objetivo o uso de soluções baseadas no meio ambiente para resolver problemas hídricos.
Em busca dessas soluções, aqui no Estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) tem apoiado projetos a fim de buscar respostas para o futuro das águas. “A Fapes tem priorizado alguns temas de elevado interesse para o governo estadual e para a comunidade em geral. Com isto, a temática ambiental tem tomado relevância, para ajudar a prever o futuro de nossas bacias hidrográficas”, destacou o diretor-presidente da Fapes, José Antônio Bof Buffon.
Um dos exemplos de pesquisa é o estudo “Diagnóstico e prognóstico das condições de uso da água nas bacias hidrográficas”, coordenada pelo professor Dr. e pesquisador vinculado à Fapes Pablo Medeiro. “Entre as principais ações do projeto estão a coleta e sistematização das informações em cada bacia hidrográfica, referentes aos recursos hídricos, em particular de qualidade e quantidade de água, a fim de realizar um levantamento dos programas, ações, projetos e intervenções previstas em cada bacia para um período de 20 anos”, destacou Pablo Medeiros.
Rio Doce
Quando falamos sobre água, é impossível não se recordar do desabamento da barragem em Mariana, no Estado de Minas Gerais, que ocorreu no ano de 2015, prejudicando os municípios que dependem do Rio Doce no Espírito Santo. Pensando nisso, a Fapes em 2016 lançou um edital específico para a temática, o “Apoio a Redes de Pesquisas para Recuperação da Bacia do Rio Doce”, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Minas Gerais (Fapemig), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Agência Nacional de Águas (Ana).
Dezesseis projetos foram apoiados pelo edital, sendo quatro deles coordenados por pesquisadores capixabas. Como por exemplo a pesquisa “Impactos dos rejeitos de minério da Samarco na biogeoquímica do solo, na biodiversidade e no funcionamento de ecossistemas na Foz do Rio Doce”, comandado pelo professor Dr. do Centro de Ciências Humanas e Naturais, do Departamento de Oceanografia e Ecologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ângelo Fraga Bernardino.
O foco do projeto está ligado ao tema lançado pela ONU, que é justamente tentar fazer com que a natureza ajude com a contaminação, a fim de descobrir se os animais da macrofauna estão colaborando com a limpeza do estuário do Rio Doce, que é o local onde há o encontro entre o rio e o oceano. “Já sabemos que os rejeitos de minério presentes na lama estão se acumulando no solo. Agora, precisamos saber se os metais estão ficando no fundo, se estão subindo para a biota ou se vão se acumular no estuário para conseguirmos responder a algumas perguntas da sociedade, como por exemplo se o peixe é apto para o consumo, e se os seres vivos que vivem no subsolo estão ajudando com a limpeza da bacia”, destacou.
Além deste, os três outros projetos coordenados por capixabas por meio do edital, são “Impactos Associados A Lama De Rejeito Nos Habitats Marinhos E Estuarinos Da Foz Do Rio Doce: Uma Visão Geológica, Física, Química E Biológica”, coordenado por Alex Cardoso Bastos, “Contribuição para a recuperação da biota aquática do baixo Rio Doce”, coordenado pelo pesquisador Levy de Carvalho Gomes e “Uma Infraestrutura de e-Science voltada à Gestão da Qualidade de Água na Bacia do Rio Doce”, do João Paulo Andrade Almeida.
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